Política

Fundão precisa de uma gestão voltada para o futuro

Nesta entrevista, o pré-candidato a prefeito do município, Eleazar Lopes, fala em trabalhar urgentemente por uma reforma tributária, pelo georreferenciamento e pela construção de uma identidade para Fundão

Como presidente da Câmara de Vereadores do município e pré-candidato a prefeito pelo partido da senadora Rose de Freitas, o Podemos, Eleazar Lopes, casado, pai de três filhos e morador de Praia Grande, diz que sua cidade precisa de uma gestão de impacto.
“O poder público, a sociedade civil organizada e a população, em geral, precisam de um impacto de gestão. Precisamos urgentemente de uma reforma tributária, do georreferenciamento e de construir a identidade de Fundão. O potencial do município está no turismo com indústria limpa? Quais ramos de negócios queremos para Fundão? Onde vai ser o nosso polo industrial? Nossa tendência turística é de praia, rural ou de negócios? Essas e outras perguntas precisam ser respondidas e, então, a partir daí, elaboraremos um plano de ação, com olhar não só para o momento atual, mas para o futuro também. O município da Serra fez isso em 2000, com o “Plano Serra 2021” e olha o que a Serra é hoje”, questiona.
As gestões desastrosas têm colocado o município em grandes dificuldades e o impedido de avançar em áreas básicas para a população. “Infelizmente, tivemos prefeitos com um modelo de política antiga, assistencialista, um modelo que condena a população à subserviência… não pensa no futuro das nossas crianças, dos nosso jovens, dos nossos trabalhadores e idosos, o objetivo é manter a população com cabresto”, critica acrescentando que o ex-prefeito Gilmar, que ficou à frente da prefeitura por 12 anos, em certa ocasião, para ganhar votos, doou terrenos da faixa de domínio da BR 101 e, hoje, por ordem judicial, os “beneficiados” estão sendo obrigados a se afastarem de suas casas por causa de um Decreto Federal de 1958, que proíbe qualquer construção sem autorização da União na faixa de 40 metros. Isso precisa acabar em Fundão, esses paradigmas de gestão não cabem mais nos dias de hoje”, exemplifica.
“No ano passado fiz um Projeto de Lei que notifica o proprietário de terrenos baldios, que não limpa, deixa o acúmulo de entulhos, para que ele providencie a limpeza periodicamente, tendo um prazo para a execução do serviço e, se ele não limpar, o município teria a legitimidade de fazer a limpeza e cobrar no IPTU, como Serra, Ibiraçu, Vitória, João Neiva e outros municípios têm feito, mas o prefeito vetou com medo de perder voto. Vamos ficar nessa mesmice até quando?”, questionou indignado.

Município de Fundão

Outro ponto criticado por Eleazar foram as discrepâncias na cobrança do Imposto Sobre Serviço (ISS) do município. Para ele, essas regras precisam se adequar aos serviços prestados. “Um exemplo claro da ridicularidade do ISS é o de um supermercado de grande porte que paga R$ 100,00, por ano, para obter o Alvará de Funcionamento, e o mais incrível é que, o vendedor de cachorro-quente paga R$ 186,00, o sorveteiro paga R$ 150,00, o vendedor de churrasquinhos paga R$ 250,00. Você percebe a gravidade econômica que o município vive? Gestão pública tem que ter planejamento e projetos para futuro”, esclarece.
“Antigamente, a prefeitura era a maior empregadora no município, mas, hoje, por ordem judicial, que eu concordo, tudo tem que ser por concurso, e as pessoas de fora, que têm mais qualificação, tomam o lugar do trabalhador local, que não é assistido com capacitação profissional pelo município. Precisamos qualificá-los, criar mecanismos com a iniciativa privada e outras esferas de governo para absorver essa mão de obra ociosa”.
“Na minha opinião, Fundão perdeu muito com a inclusão do município na Região Metropolitana de Vitória, acho que deveríamos continuar sob o guarda-chuva da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). Teríamos isenções fiscais e outras vantagens. O Gilmar foi o autor da inclusão de Fundão na Região Metropolitana e, com isso, tomamos um prejuízo gigantesco. Hoje, o município vive de feijão com arroz e a tendência é viver somente com farinha. Não temos receita própria, se parássemos de receber os royalties, que é em torno de 1 milhão de reais/mês, não teríamos como pagar o ticket alimentação, e a limpeza pública estaria comprometida”.
“Essas injustiças refletem diretamente em áreas importantes da sociedade como educação, saúde, emprego e renda e cultura. A população paga seus tributos e impostos para ser assistida pelo município, esse é o pensamento do munícipe”.

Um exemplo claro da ridicularidade do ISS é o de um supermercado de grande porte que paga R$ 100,00, por ano, para obter o Alvará de Funcionamento, e o mais incrível é que, o vendedor de cachorro-quente paga R$ 186,00, o sorveteiro paga R$ 150,00, o vendedor de churrasquinhos paga R$ 250,00

Haroldo Filho

Haroldo Filho

Jornalista – DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

Related Posts

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

EnglishPortugueseSpanish