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Curiosidade — Múmias macabras: conheça os filhos de Llullaillaco, as crianças incas mortas em sacrifício

Três jovens peruanos foram drogados e enterrados vivos, sendo que alguns deles possuem marcas de violência antes da morte

As múmias, ou ainda, os Filhos de Llullaillaco foram uma das mais fascinantes descobertas arqueológicas dos Andes argentinos, uma revelação magnífica de tenebrosos rituais humanos. Trata-se de três múmias descobertas em 1999, por Johan Reinhard, um pesquisador argentino associado à National Geographic Society, num vulcão na cordilheira da fronteira entre a Argentina e o Chile.
Se tratando das “múmias incas mais bem preservadas já encontradas”, segundo Reinhard no Washington Post, foi possível fazer testes que comprovassem a origem desses corpos: um ritual de sacrifício humano onde as três crianças foram enterradas vivas em uma câmara depois de ingerirem uma substância que alterou suas consciências.

Objetos encontrados junto com as múmias (Foto: Wikimedia Commons)

La Doncella

A múmia mais velha é de uma garota com cerca de quinze anos, apelidada de A Donzela. Ela usava um vestido e um cocar de penas, além de estar com os cabelos trançados de forma bastante elaborada. Durante um exame feito em seus pulmões, foi encontrada uma infecção bacteriana.
Assim como as outras crianças (uma meia-irmã e um garoto, que não tinha relação de parentesco), ela morreu enquanto dormia. Diversos testes de datação e DNA foram feitos nesse corpo, que está absurdamente conservado.
Pesquisadores acreditam que La Doncella era uma Mulher Escolhida (aclla, ou ainda Virgem do Sol), ou seja, uma garota sequestrada e santificada desde seus 10 anos com o objetivo de criar uma esposa para as camadas superiores da elite ou sacerdotisas, sendo que algumas eram alvos de sacrifícios religiosos.
Sua morte provavelmente teve o objetivo de garantir, a partir da doação de sangue humano, a saúde geral das pessoas e climas com colheitas favoráveis.

La Doncella (Foto: Wikimedia Commons)

La Niña del Rayo

Essa segunda garota tinha provavelmente seis anos quando foi sacrificada. Seu rosto é bastante danificado, pois, fora queimado por um raio junto a uma das orelhas e parte de um ombro. A cabeça era um alvo fácil, pois estava erguida e direcionada para o sudoeste.
Suas roupas se destacavam por razão de um invólucro grosso de lã na cabeça, além de um tradicional vestido acsu marrom-claro. Em volta de todo seu corpo, ainda foi enrolado mais um cobertor de lã bordado em vermelho e amarelo. Além disso, seu crânio foi alongado por ação humana.

La Niña del Rayo (Foto: Reprodução/Facebook)

El Niño

No caso do garoto de sete anos, a morte deve ter sido aterrorizante. Isso porque há marcas de estresse no momento do óbito, com vômitos e manchas de sangue em suas roupas, além de estar enrolado em ataduras, pois algumas costelas e sua pélvis foram deslocadas.
Além disso, sua cabeça estava infestada por lêndeas. Enterrado em posição fetal, ele usava uma túnica cinza, sapatos de couro e uma pulseira de prata, além de estar embrulhado num cobertor vermelho e marrom. Pela posição em que estava, arqueólogos indicam que ele morreu por asfixia.
Como a Niña del Rayo, seu crânio foi ligeiramente alongado durante a vida. Sua câmara de sacrifício estava repleta de tesouros pequenos, com objetos que representavam homens de alto escalão em caravanas de lhamas ou rituais típicos de em fins de secas para melhorar o ciclo das chuvas.

El Niño (Foto: Wikimedia Commons)

Fonte: Aventurasnahistoria.uol.com.br

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