Meio ambiente

Sapos raros da Amazônia voltam ao Brasil após resgate nos EUA

Os animais traficados pelo mercado clandestino serão recebidos pelo Parque Zoológico de São Paulo

No último dia 15 de setembro, o Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA — unidade do Departamento do Interior dos EUA dedicado a preservar a vida selvagem — mandou de volta ao Brasil 21 sapos da espécie Adelphobates galactonotus, também conhecidos como “sapos ponta-de-flecha”.
Os sapos haviam sido traficados para os EUA em 2018 e foram apreendidos no Aeroporto Internacional de Miami. Inspetores de vida selvagem pediram que especialistas do Animal Kingdom da Disney cuidassem dos sapos enquanto corriam as investigações.
“Graças ao trabalho de todos, esses sapos foram resgatados do comércio ilegal de animais, tratados pela Disney e então puderam voltar para o Brasil, que é o lugar deles”, disse o diretor assistente do Office of Law Enforcement dos EUA, Edward Grace.

Retorno ao Brasil

No Brasil, os anfíbios serão recebidos e cuidados pelo Parque Zoológico de São Paulo. Depois de uma quarentena de 60 dias, as pessoas poderão visitá-los e aprender mais sobre essa espécie colorida e única da floresta tropical.
O retorno dos sapos é uma parceria entre o Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA e as autoridades brasileiras que lutam contra o tráfico de vida selvagem, tais como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) .

Tráfico da espécie

Em 2018, sapos ponta-de-flecha chegaram ao Aeroporto Internacional de Miami como parte de uma carga comercial da Europa. Os inspetores do Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA examinaram a carga e encontraram os sapos, nativos da costa sul do Rio Amazonas.
O nome da espécie se deve à habilidade única de excretar venenos como mecanismo de defesa na natureza selvagem. Eles são usados com frequência pelos indígenas, que utilizam as toxinas para cobrir lanças e pontas de flecha para aumentar as chances de sucesso nas caças de subsistência.
Pelas leis brasileiras, é ilegal remover essa espécie de seu habitat, vendê-la ou mesmo mantê-la em cativeiro sem a permissão do Ibama— dada apenas para instituições científicas. Além disso, essa espécie é protegida internacionalmente.
A jornada desses sapos coloca em evidência a importância das parcerias público-privadas e da colaboração internacional para  combater o tráfico internacional de vida selvagem e proteger e conservar espécies em situação crítica de ameaça de extinção.
De acordo com a ONG brasileira RENCTAS, o tráfico de vida selvagem no Brasil ultrapassa os US$ 2 bilhões por ano e é o terceiro comércio ilegal mais rentável no mundo, atrás apenas dos tráficos de drogas e de armas.

Fonte: CicloVivo

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