Política

Serra, que venham os desafios

No último domingo (29), a população da Serra elegeu o seu prefeito para governar o município nos próximos quatro anos. Será uma tarefa fácil? Todos nós sabemos que não. Estamos vivendo um momento atípico, em que a sociedade está se adequando a uma realidade em que, não só aqui no Estado, mas em todo o Brasil e no mundo, temos que conviver com as restrições impostas por uma pandemia. Ela exige mais precaução e responsabilidade tanto da população como da administração pública.
Hoje, temos duas “Serras” com realidades diferentes, divididas pela BR-101. A do lado Leste, com poucas demandas, goza de privilégios no que diz respeito à qualidade de vida, merecidamente. Enquanto que, na do lado Oeste, as demandas são inúmeras. A população vive abandonada, convive com a falta de saneamento básico (esgoto a céu aberto), colocando em risco a saúde de toda comunidade… Uma população obrigada a matricular os filhos e netos para estudarem em colégios, acreditem, onde salas de aula ainda são improvisadas em contêineres (exemplo o CMEI Espaço Alternativo de Jardim Carapina). Uma população amedrontada e refém do crime, pela falta de segurança, crianças e jovens são expostos ao serviço do tráfico de drogas em função da omissão e inexistência de ações assistenciais do poder público (cursos de capacitação, por exemplo).
Como podem ver, temos um caminho longo a percorrer. Além dos problemas sociais, o econômico, sem sombra de dúvidas, será a conta mais difícil para o nosso futuro prefeito fechar, uma vez que, a partir de janeiro, o município começará a pagar uma dívida proveniente de um empréstimo milionário contraído pelo atual prefeito, Audifax Barcelos, e, para azedar ainda mais, o ministro da economia, Paulo Guedes, anunciou o corte, também a partir de janeiro, do Auxílio Emergencial. Sem a circulação desse dinheiro, a receita fiscal do município declinará. Alguns economistas dizem que mensurar o impacto dessa onda gigante é difícil alguns, inclusive, acreditam que passaremos dos 16 milhões de desempregados em curtíssimo tempo.
O momento agora é de acreditar e ter fé, por esses e tantas outras intempéries, acredito que o serrano deu um passo certo no último domingo, elegendo o candidato com maior capacidade, experiência e destreza para conduzir o município nesses dias turbulentos que estão por vir e, prova disso, são as primeiras ações já anunciadas.
A transição será com uma equipe técnica de auditores para conhecer a real situação administrativa e jurídica da prefeitura. Para os primeiros seis meses, Sérgio Vidigal anunciou reduzir o número de secretarias; ampliar as ferramentas tecnológicas da prefeitura tornando a máquina pública mais ágil; implantar o cerco eletrônico de segurança, para fortalecer a fiscalização nas ruas e o videomonitoramento por reconhecimento facial. Fortalecerá o empreendedorismo com parceria do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo (Aderes), para realizar cursos que o mercado demanda e estender o funcionamento das unidades de saúde até as 20 horas. Disponibilizará mais especialidades e o agendamento será on-line; dará sequência às obras inacabadas e chamará os guardas municipais aprovados no concurso.
A Serra é o maior município em população do Estado, é o segundo maior arrecadador, tem uma geografia invejável e o seu potencial turístico é incomparável. A cidade é uma locomotiva com centenas de vagões de oportunidades, portanto, o momento agora é de apoiar e de torcer para que os passos do futuro prefeito sejam iluminados e, assim, nós, serranos, consigamos atingir o bem comum!

Haroldo Filho

Haroldo Filho

Jornalista – DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

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