Arqueólogos descobrem sistema avançado de filtragem de água em antiga cidade maia
Antigas civilizações encontraram formas engenhosas de fazer a água chegar à população, a exemplo dos aquedutos romanos. Recentemente, um estudo publicado na “Scientific Reports” mostra que também os maias possuíam um método vanguardista de não só distribuir como também filtrar a água. Eles usavam o quartzo e a zeólita para purificar o líquido. A descoberta foi feita no reservatório de Corriental, que abastecia a cidade de Tikal.
Pesquisadores foram até a região onde ficava a cidade, localizada atualmente na Guatemala, e coletaram água de alguns reservatórios. Eles identificaram a presença dos minerais na água do reservatório de Corriental. As camadas depositadas deles permitiram que os cientistas estimassem que eles foram colocados ali entre 965 a 2.185 anos atrás, algo por volta do ano 400 a.C. e 900 d.C. O mais surpreendente é que os dois minerais são usados ainda hoje em sistemas de purificação de água.
“Os antigos maias viviam em um ambiente tropical e tinham que ser inovadores. Esta é uma inovação notável”, diz Kenneth Barnett Tankersley, principal autor do estudo.
Análises feitas pela equipe de pesquisa da Universidade de Cincinnati indicam que tanto o quartzo quanto a zeólita foram colocados ali de forma intencional. Eles deduziram que os minerais foram retirados de um aquífero de rocha vulcânica que fica a cerca de 29 quilômetros de Tikal. Acredita-se que alguns maias tenham percebido a diferença na aparência e no gosto da água do aquífero e decidiram levar a areia dali para o reservatório de Corriental. Lá, ela exerceu um papel importante em um sistema de filtragem que limpava a água corrente. O quartzo ajudava a retirar da água metais pesados e nitrogênio, enquanto a zeólita, composta por silício e alumínio, limpava a água de pequenos micróbios e toxinas.
Fonte: Hypeness