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Chineses usam nanopartículas de carbono para criar tinta invisível supersegura

Usar tintas invisíveis para codificar mensagens secretas parece ser um artifício digno dos filmes de James Bond, mas, na vida real, mecanismos parecidos são usados para guardar informações importantes e que geralmente envolvem segurança nacional. Agora, cientistas do Instituto Harbin de Tecnologia, na China, criaram um novo método para criptografar dados usando uma tinta feita com nanopartículas de carbono e um sistema avançado de inteligência artificial (IA).
A tinta invisível é muito usada para ocultar informações econômicas, comerciais e militares, mas as substâncias utilizadas atualmente contêm compostos tóxicos ou podem ser facilmente decifradas com métodos previsíveis como luz ou produtos químicos específicos.
Já as nanopartículas de carbono possuem baixa toxicidade e são totalmente invisíveis quando expostas à luz ambiente, sendo necessário utilizar uma luz ultravioleta para revelar seu conteúdo de forma satisfatória.

Inteligência artificial
Além da tinta invisível, os pesquisadores incorporaram camadas de inteligência artificial para garantir que as mensagens só podem ser decifradas em computadores devidamente treinados. Nos testes, eles usaram um modelo de IA para descriptografar símbolos impressos com uma tinta fluorescente de nanopartículas de carbono.
A tinta foi feita a partir de ácido cítrico e cisteína, substâncias diluídas em água para criar um efeito azul quando o material é exposto à luz ultravioleta. Uma impressora jato de tinta foi usada para imprimir uma série de símbolos simples em papel comum.
O modelo de inteligência artificial, composto por vários algoritmos, foi treinado para reconhecer esses símbolos iluminados pela luz ultravioleta, usando um livro de códigos como base para fazer a decodificação em tempo real. Para testar a capacidade da IA, os cientistas combinaram tinta vermelha comum com tinta fluorescente UV.

Eficiência comprovada
Com 100% de precisão, o modelo de inteligência artificial conseguiu identificar a palavra “stop” escrita com a tinta comum. Quando os símbolos foram expostos à luz ultravioleta, porém, a tinta invisível mostrou a palavra “begin”, que estava oculta e só foi revelada graças à combinação entre a IA e as nanopartículas de carbono.

“Como esses algoritmos podem perceber modificações mínimas nos símbolos, essa abordagem tem o potencial de criptografar mensagens com segurança usando centenas de símbolos diferentes”, explica o professor Weiwei Zhao.

Além disso, com essa nova técnica será possível criar livros de senhas imprevisíveis e altamente complexas para aumentar ainda mais a segurança de informações que não devem ser acessadas por qualquer pessoa. Estratégias como essas também oferecem novas oportunidades de criptografia em papel, tornando dados impressos tão seguros quanto informações guardadas em dispositivos digitais.

Fonte: Canaltech

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