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Monte Mochuara, lenda e aventura

O Mochuara é um maciço de granito de 724 metros de altitude localizado no município de Cariacica, e pode ser visto de vários pontos da Região Metropolitana de Vitória, Espírito Santo. Habitat natural de diversas espécies ameaçadas de extinção, é considerado o principal ponto turístico natural de Cariacica.
A história do monte é cercada de lendas e mitos. Reza a lenda que dois jovens índios, pertencentes a duas tribos inimigas, foram impedidos de viver a sua história de amor. Comovido, o deus Tupã, grande criador dos céus, da terra e dos mares, os transformou em duas montanhas, o índio Guaraci, da tribo Temiminó, no Mestre Álvaro e a índia Jaciara, da tribo Botocudo, no monte Mochuara.
Bem, depois dessa comovente história amor, quero relatar uma aventura vivida por mim, no último domingo (30), e um grupo de amigos que incluiu uma cadelinha inseparável, na subida desse maciço.

Guia Marcos Santana e cadelinha (Foto: Haroldo Cordeiro Filho)

Para quem acha que subir o Mochuara é tarefa fácil, posso dizer que de facilidade não tem nada. O fato é que, tanto pra subir como pra descer não tem moleza… é você e você, os desafios físicos e psicológicos são somente seus. As pernas pedem socorro, o cansaço é inevitável e a vontade de desistir só te deixa em paz quando chega ao topo.
As trilhas são bem variadas, leves, semileves e de dificuldades extremas, pois exigem corda e cuidado redobrado, porque são pontos bem próximos de penhascos. Começamos a subida um pouco depois das oito horas da manhã e só chegamos ao cume quatro horas depois… tudo isso para contemplar o que há de mais de belo, sentir-se mais próximo de Deus e agradecê-lo por permitir que façamos parte dessa esplendorosa e fantástica natureza que, infelizmente, nas últimas décadas, vem pedindo socorro.
Para Marcos Santana e Maycon, que trabalham como guias de trilhas nos morros Mochuara e Mestre Álvaro (Serra), a subida do Muchuara exige muitos cuidados e equipamentos como luvas, calçados com aderência — por ser uma subida por pedras — levar bastante água, porque na parte de cima não tem água e, o mais importante, seguir as orientações dos guias.

Biodiversidade (Foto: Haroldo Cordeiro Filho)

O portuário Carlos Alberto Milanezi, morador da Serra, diz ser amante da natureza e aproveita esses momentos para vive-la na sua essência, “é uma coisa que eu e minha esposa gostamos de fazer, é saudável para o corpo e a mente. É um momento de confraternizar com a família e com os amigos” disse.
Dório Rocha Júnior, administrador, que estava acompanhado da esposa e da filha Izadora, resumiu o momento como um banho de natureza, “é revigorante e estar com a família é mais prazeroso ainda. Fazemos novos amigos e depois mantemos contato pelas redes sociais”, afirmou. Izadora, de onze anos e estudante do sexto ano, que já subiu o Mestre Álvaro e o Morro do Moreno, disse ter gostado muito da aventura dominical. “Gostei muito de ter subido o Mochuara e recomendo para os meninos e meninas da minha idade”, aconselhou.
Para as amigas Dayane Lopes Bondes, auxiliar jurídica, Cássia Rodrigues, assistente de farmácia e Aglay Silva, autônoma, percorrer trilhas nas montanhas é válvula de escape e serve para higienizar a mente.

Haroldo, Vovô e Ceciliano (Foto: Haroldo Cordeiro Filho)

O Parque Natural Municipal do Monte Mochuara (PNMMM), é uma área de conservação, portanto, habitat de animais e vegetais de diversas espécies, forma um corredor ecológico com a Rebio de Duas Bocas e está entre os dez principais corredores ecológicos do Estado, formado por Mata Atlântica, recursos hídricos e animais silvestres nativos. Por isso, é muito importante que, ao visitá-lo, evite deixar o lixo que você produziu, cortar árvores ou galhos, fazer fogueira e/ou barulho.
Lembre-se que somos apenas visitantes… Você não gosta que façam bagunça ou barulho na sua casa, não é mesmo!?

Haroldo Filho

Haroldo Filho

Jornalista – DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

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