Livro infantil traz lições sobre preconceito, exclusão e resiliência

‘Corvo-Correio’, da escritora Isabel Cintra, também foi lançado em Angola
José é um corvo que sonhava voar para entregar cartinhas ao lado dos pombos brancos. No entanto, o irredutível chefe do serviço postal do bosque, Coruja Mafalda, não permite. “Mas você é um corvo! Certamente já deve ter ouvido dizer que os corvos não servem para carteiros. Todos sabem disso!”, diz.
Após ser praticamente ignorado e rejeitado, José decide ir embora da região. Mas o jogo vira quando o inverno chega.
O livro infantil Corvo-Correio fala sobre valores como tolerância, igualdade e representatividade, conceitos que precisam ser cada vez mais trabalhados com os pequeninos.
“O Corvo José é orgulhosamente meu pássaro negro mensageiro. Na verdade, este protagonista cheio de força sempre esteve presente em algum lugar em mim, durante toda a minha infância e se escondia assustado a cada situação de preconceito vivida. Foi preciso uma espera de crescimento, abandonar o silêncio da criança para deixar a coragem emergir em forma de palavras que propagam afeto”, explica a autora Isabel Cintra.
O livro começou a ser escrito em 2014, ano em que nasceu a segunda filha dela. A obra também foi lançada em Angola, onde a autora participa de outros projetos e publicou um livro sobre a infância da Rainha Nzinga de Angola, no ano passado.

Ao colocar o corvo, que é preto, diante de uma possibilidade de emprego onde só os pombos brancos tem vez, Isabel também fala sobre preconceito. “Uma forma de falar de racismo sem mencioná-lo”, afirma a autora.
Recentemente, Isabel Cintra lançou uma coleção de contos de fadas nos Estados Unidos. Nascida na cidade de São Joaquim da Barra, interior paulista, a escritora vive em Estocolmo, na Suécia.
Fonte: Terra