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Cultura

Telhados mil

Eram agora milharesDe novas casas feitasDe tijolo vermelho eCom telhados coloridos Afastado do centroJazia um cemitérioNovo e enorme entreRuas meio malvadasDistantes e esquecidas Uma grande avenidaAsfaltada sem ruas deChão batido, buracos ePoças de lama por ondeOutrora corríamos a péE também de
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Frutas no pé

Frutas no pé eOlhares no altoEntre muitasFolhas verdesQue balançamNo ritmoAcanhado dosVentos Calos na mão eDedos lambuzadosDe néctar, os pésDescalços na terraBuscando conexão A grama verdeNa relva e o cantoDos pássaros ao fundoFazendo alarido Algumas floresNa janela e umLivro na mão, o arMais fresco daManhã e o cãoAmarelo fazendoFesta no quintal Os primeiros raiosDe sol,
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“A velha vitrola”

Toca a velha vitrolaUma antiga cançãoQue nosso sonhoEmbala, uma belaMelodia que faz oCoração disparar Aquela músicaPreferida, a maisPerfeita melodiaQue o passadoConvoca e nosFaz remoçar O vasto salão,O vestido maisBonito do tecidoColorido, do olharComprometido, daMais bela do lugar Rostinho colado,Um sussurro no ouvidoA promessa de emoção,Aquele beijo roubado A Melodia
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Um raio

Como um raioDe sol espraiadoNo telhado vocêSurgiuResplandecenteEm minha vida Aqueceu o meuPeito, iluminouO meu dia e fezFogueira em minhaAlma viajante A partir daí osMeus dias nuncaMais foram iguais,Você ocupou espaçosCom um amorCurativo e caloroso,Espalhando osSeus raios de luzPor todo o ambiente Espantou o frioDa minha noite maisEscura e iluminouParte considerada
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Outono

As folhas caem das árvoresPerdem o viço, murcham,Apodrecem e morrem No processo de morte a peleSe desprende dos ossosE o que era para ser triste,Surpreende, renasce e seTransforma O bagaço vira insumo,Alimento e nutriente doSolo A vida insiste sempreEm brotar agora em novasCores e em novas formas É a dança do mundo,O bailar colorido dasEstações […]
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O orvalho

E o morro maisUma vez estáEncoberto deNuvens, tal qual,Um grandeSorvete de neve O dia chegaTeimoso e aNeblina vai seDissipando,Deixando àVista parteDa enormeSombra queNos acompanha O carvalhoMostra os seusGalhos, enquantoO orvalho molhaTodas as folhas,Assim como asLágrimas molhamO pranto A manhã seEspraia e seEspreguiçaInaugurandoMais um diaCheio de promessasNa terra do
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A massa

As suas mãos calejadas sovavam a massa, amolgando o trigo da vida devagar e silenciosamente. Os seus dedos eram ágeis e faziam mil giros como quem sabe o que faz de verdade. E, assim, em sua mesa, as iguarias do mundo eram misturadas com afinco e maestria. O seu semblante era ameno e suave e […]
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Bela velhice

Ah, mas que belaVelhice espera porAqueles que seDedicam aos livros Que boa fortunaDe certo aguardaPor aqueles queEscutam os mortos,Que leem, pesquisamE estudam a glóriaDo passado imóvelE eternizado Que bela venturaEstá destinada paraAqueles que visitamOs clássicos e queEncontram tempoPara mergulhar nasArtes, no estudo daHistória, da fé e daVã filosofia ancestral Que sorte
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Adeus tardio

Ah, como dóiDizer adeus aQuem se amaDe verdade Soltar as mãosE deixar ir,Cuidar e velarSó de longe Todo adeusÉ dolorido e deixaMarcas profundasNa alma de quemFica Oh, quão difícil éSoltar as amarrasEmocionais queNos prendem eJogar fora as bengalasInvisíveis do apegoIlusório Dá um nó danadoNa garganta e umAperto no peito O coração dispara,A pressão sobe, aPerna […]
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Afeto

Na vida,As coisas nãoTêm muito valorEm si Na verdade,O verdadeiroValor está nasPessoas, nasConexões e nosRelacionamentos Na amizade,No respeito,No cuidado eNa consideração Nas paixões eNos prazeres,Na contemplaçãoDa natureza, naApreciação do justo,Do bom e do belo No carinho,Na singeleza,Na gentileza eNa espiritualidade Na flor, na música,No livro, no teatroE na
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