Cada diaÉ em si umRecomeçoUma novaChance e umaNova oportunidade Cada diaTraz em siUma nova etapa,Um novo cicloE uma novaAprendizagem Por isto,Sempre é tempoDe recomeçar,De replantar e deReflorir E assim comoO sol renascePara nós, todosOs dias, dandoProva irrefutávelDo amor do PaiPor todas as
Arrasta-se o anoPelas viasInexoráveis doTempoSingra nos maresDa incertezaDe um mundoCada vez maisAgitadoAbre camposE caminhos,Arrasta multidões,Dores, sonhos eCorrentes eCadáveres Fecha ciclosE abre portasE portais,EnquantoConsomeA tudo e aTodos como éDe sua natureza E paraA decepçãoDe muitos,Arrasta-se o anoPara mais um fimDo mundo queNunca se acaba E o terrívelDeus
E o dia maisUma vezAmanheceraPreguiçoso,O vento sopravaLento entre uivosDe um choroLamurioso As nuvens seAglomeravamEm tons cinzasCom cara deAmeaça velada O galo aindaNão cantaraE o meu cãoCaramelo, nemSequer saíraDe sua casinha Algumas gotasDe orvalho batiamNa janela do quartoE escorriam peloVidro feito choroDe mulher novaAbandonada O dia era trevosoE fazia tremer oChão e
Para Fedro,O amor, tambémConhecidoComo Eros, éO deus maisAntigo daDivindade Segundo ele,O amor é aInspiraçãoPara a virtudeE para aFelicidade entreOs homens O Amor é fonteDe heroísmo, poisNos torna corajosos,Sendo, ainda, umDom que brota emSi mesmo É também fonteDe inspiraçãoMoral, sendoAfortunados todosAqueles que amam Sendo certoAfirmar que amarÉ mais divinoQue ser amado
Eu não souAlegre nemSou triste, euSomente viajoAcordado nosSonhos alheios Eu sou umaTestemunhaOcular do tempoQue voa, euAssisto a tudoE sofro caladoUma dor queNão é minha Eu acho graçaNo mundo e rioDos meus própriosReveses e infortúnios Eu agradeçoPor tudo eRegozijo-me comA felicidade dosOutros Eu choro sozinhoNo quarto escuroDa alma e escrevoNo canto da folhaEm branco
Tudo passa,Tudo segueO seu fluxo,Tudo anda eTudo flui Tudo nasce,Tudo cresce,Tudo someTudo se esvaiTudo murcha,Enjoa, entedia,Desaparece eSe vai Tudo muda,Tudo incha,Tudo esvazia,Tudo diminui,Tudo esquentaAté que um dia,Do nada, esfria Tudo arrefeceAmarela, dáBolor, envelhece,Fica fora de modaE é esquecido Tudo fica fracoDebilita e adoeceTudo, um dia,Inevitavelmente,Morre,
Segundo Platão,O corpo é, porAssim dizer, oCárcere da alma Eivado de apetitesEste invólucro carnalNos aprisiona, nosDetém e nos limita Como matériaSensível que é,O corpo humanoNos impede deAcessar oVerdadeiroConhecimento Basta que nosDebrucemosSobre o estudoQue ele nos distrai Desejoso que é,Ele nos convidaO tempo todo paraComer, para beber,Para dormir e paraProcriar Como
Eu posso tudoNos meus versos,Eu caibo inteiro noMeu mundoNo meuUniverso nãoTem muro nemPorteiraNão temCerca, nãoTem fronteirasNem maldadeOs limitesDa minhaPena euMesmo façoEu traçoMil frasesDe amor eDe esperança,De júbilo eDe contentamentoE me deleitoNa paz da fraseBem escrita
Sócrates dizia,Com propriedade,Que o homemÉ a sua alma Ele afirmava,Com coragemE veemência,Que o homemNão é o seu corpo,Nem tampoucoAs suas medalhas,Vestes ou posses Dizia, ainda,O célebre filósofoDa antiguidade,Que o homem nãoÉ o seu braço ouA sua perna, tambémNão o seu peito,O seu coração ouO seu crânio E arrematava:“O intelecto, bemComo a moral eA consciência,
Eu já ouço,De longe, oSom abafadoDos seus passosNa escada Eu já possoOuvir o chiadoDa chaleiraNo fogo que ardeCompulsivamente Eu já sinto atéO cheiro doceDo perfumeEspraiado aoLongo do quarto Eu pressinto,De longe, oGosto do beijoNos lábiosMolhados Eu vislumbro,Daqui, a portaDo quartoEntreaberta eUma luz tênueE fosca tentandoIluminar a cena A imagemÉ bela,PromissoraE
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