Alan Galego, uma história e alguns títulos
Esta semana, entrevistamos Alan Dantas Passos Souza, vice-campeão mineiro e brasileiro de Motovelocidade em 2020. Alan Galego, como é mais conhecido, tem 41 anos, é casado, pai de dois filhos e natural de Vitória da Conquista, antes, Arraial da Conquista, fundada em 1783, no estado da Bahia. O piloto falou ainda que sua trajetória na motovelocidade não foi muito tranquila, houve algumas interrupções, que foram superadas graças à sua dedicação. Nesta entrevista vamos conhecer um pouco mais da vida e carreira de Alan.
Quando começou sua paixão por motos?
Minha paixão por motos começou bem cedo, desde criança, mas, com 17 anos, sofri um grave acidente no qual tive várias fraturas que me obrigaram a adiar o meu sonho de ter uma moto esportiva. Mas, como a vida dá muitas voltas, aos 39 anos adquiri uma Kawasaki ZX10 e comecei a fazer passeios e ir a encontros com amigos, mas o desejo de acelerar forte me fez perceber que estava no lugar errado.
O desenvolvimento técnico deu início em 2018?
Isso mesmo, quando fui à Caruaru/PE, fazer o meu primeiro curso em pista de motovelocidade, para me especializar e diminuir os riscos. Com os resultados positivos obtidos decidi investir em outros cursos e ir para uma pista onde pudesse desenvolver mais as técnicas aprendidas.
A coisa começou a ficar mais séria em Minas Gerais, é isso mesmo?
Isso mesmo, o negócio deixou de ser apenas uma diversão em 2019 e passou a ser um esporte. Fui para Curvelo-MG — Autódromo Circuito dos Cristais, pista com alto nível técnico e com visibilidade no cenário nacional.
Comecei na categoria Touring — toada de tempo — onde experimentei o pódio. No mês de junho, decidi participar da primeira corrida, na categoria Sport Evo, chegando em 4º lugar, num grid com 18 pilotos. No mês de novembro, quando retornei de Curvelo fui informado que não poderia mais correr na categoria, pois meus tempos eram muito baixos, andando na casa dos 2’07”, e fui promovido para categoria Light, onde consegui o feito de ficar em 2º lugar, foi fantástico!
Em 2020, decidi disputar o Campeonato Brasileiro na categoria Light e o campeonato Mineiro Extreme, ao todo, foram oito etapas em três autódromos, mas, mesmo com todas as adversidades, conquistei o vice-campeonato nos dois. O ano de 2020 foi um ano difícil, mas muito construtivo.
Encerrando a entrevista Alan Galego aproveitou a oportunidade para dar um conselho para os amantes da velocidade com duas rodas, “rua não é um lugar correto para fazer arte com moto, se gosta de velocidade procure fazer cursos, se aprimorar tecnicamente e treinar num autódromo, lá sim, é o lugar correto”.
Galego cita que perdeu amigos praticando motovelocidade em vias públicas. “Perdi pessoas queridas assim, e os amigos que já sofreram acidentes e que, por amor, continuam praticando, estou arrastando todos eles para os autódromos, onde têm toda estrutura para a prática da modalidade”, aconselha.