Turismo na Serra está estagnado
Na terceira entrevista sobre os desafios e projetos essenciais em setores econômicos estruturantes da cidade, o prefeito, Sérgio Vidigal, disse estar ciente das dificuldades enfrentadas pelo setor turístico e que, nos próximos meses, com algumas inaugurações e implementações de projetos, o segmento será oxigenado.
Questionado sobre a insatisfação dos empresários do setor que, segundo eles, está num sono profundo. Vidigal explicou quais estratégias empregará para despertar o seguimento no município. “A gente colocou como proposta na nova gestão o fortalecimento da nossa economia e têm algumas áreas que a cidade, assim como o Espírito Santo, ainda não foram exploradas de maneira profissional e uma delas é o turismo, um setor extremamente atraente e interessante porque, além de empregos, ele também preserva o meio ambiente e traz para a população o bem-estar, uma vez que você acaba ampliando a autoestima dessa população”, afirma.
O prefeito pontua ainda que, na década de 90, a Serra era uma cidade estritamente industrial, mas que com a diversificação no planejamento estratégico, hoje, tem um setor de comércio e serviços com muito mais peso na composição do PIB e na geração de emprego do que a própria indústria e o setor turístico. “É um setor que ainda está adormecido no município, mas, para despertá-lo, precisamos trabalhar muito no fortalecimento dos nossos ativos ambientais que são fundamentais para o processo. A Serra é muito rica de ativos ambientais e, se olharmos mundialmente, podemos ver que podemos preservar e usá-los como instrumentos de geração de riquezas para a cidade”, assegura. “A Serra tem um rico complexo lacunar, a APA Mestre Álvaro, um potencial para o agroturismo e 24 quilômetros de litoral, com praias lindíssimas. Entendemos que devemos focar nesses ativos ambientais e na nossa história e cultura, que também são riquíssimas”, acrescenta.
Para o prefeito, não se pode fazer turismo sem fortalecer e divulgar a história e a cultura. “As igrejas dos Reis Magos, São João Batista de Carapina e a Nossa Senhora da Conceição e Queimados, todas patrimônio religiosos e históricos, são importantes para a Serra e para o Brasil, afinal, estamos falando de história”, enfatizou.
Vidigal sabe que o turismo necessita de infraestrutura, por isso, em parceria com o governo do Estado, está executando a obra do Contorno de Jacaraípe, “que é extremamente importante para que a gente possa atrair o turista, sem conflitá-lo com o movimento normal da cidade, já que a Rodovia ES/010 passa dentro de Jacaraípe, cortando quase que todo litoral da Serra”, diz.
Outro ponto citado pelo prefeito foi a segurança, que ele considera muito importante para atrair turistas. “Não conseguiremos impulsionar o turismo sem garantir segurança para àqueles que vêm usufruir dos nossos atrativos. Sempre tenho dito, ‘como vou fazer alguém andar no calçadão de Jacaraípe se nem o morador tem a segurança de andar no calçadão?’”, questiona.
“Para isso, foi ampliado o efetivo da guarda e estamos aumentando o investimento em videomonitoramento. O cerco de segurança integrado estará sendo implementado nos próximos meses, são investimentos importantes para fortalecermos o seguimento num todo. Quando falamos de turismo, não estamos falando somente de pessoas que vêm de outros estados, nossa Região Metropolitana tem quase dois milhões de habitantes e a pandemia nos mostrou que estávamos com o olhar muito para fora e pouco para dentro. As pessoas começaram a valorizar as belezas naturais que a cidade ou a região tem e, por isso, estamos focando, também, nos Circuitos do Agroturismo, já que o município disponibiliza de uma extensa zona rural”, cita.
“Nos próximos dias serão entregues a obra da ligação de Pitanga, que vai dar acesso ao setor gastronômico da região e vamos viabilizar drenagem e pavimentação, tal como foi feito no Circuito de Muribeca. Faremos investimentos nas regiões de Cascata, que vai para Queimados e Putiri, que são regiões estratégicas para o agroturismo também. O fortalecimento do turismo local será muito importante. Além dos ativos ambientais, temos banda de congo, blocos carnavalescos de rua, sem contar com o nosso patrimônio histórico e religioso, tudo isso potencializa o setor”, enaltece.
Vidigal conclui afirmando que o turismo “é o setor mais penalizado nesse período de pandemia, principalmente o da área de eventos e, para amenizar as dificuldades, porque sabemos que são grandes, estamos encaminhando para a Câmara um pacote propondo redução de alíquota sobre o Imposto Sobre Serviços (ISSQN) para o setor hoteleiro, pois, além de beneficiar o esporte, a cultura e eventos, atrairá novos investidores para a cidade”, finaliza.