Point BB de Frescobol

O Point BB de Frescobol, que fica localizado em frente à agência do Banco do Brasil na Praia de Camburi, a cada dia que passa, vem atraindo vários atletas e amantes do esporte de várias idades à prática da modalidade e, com a aproximação do verão, a demanda deve aumentar ainda mais.
São aposentados, jovens e profissionais de diversas áreas que, sob um sol de rachar o coco, se mantêm firmes e fortes por várias horas na arena, com as mais diversas marcas, modelos e cor de raquete nos finais de semana mostrando habilidade e condicionamento físico.
Sendo a minha primeira vez na área procurei, é claro, os mais experientes para bater um papo e me informar mais sobre como tudo começou e extrair deles um pouco das técnicas e o prazer da prática do frescobol. João Luna, 60 anos, aposentado da Petrobras e praticante da modalidade, fez um rápido retrospecto do Point BB de Frescobol, como é conhecida a arena. “O point foi fundado em 2011 e poucos representantes originais brincam nos dias de hoje devido às circunstâncias da vida, muitos mudaram e outros, por questão de saúde, pararam de praticar. O Point BB começou em parceria com um grupo vizinho nosso, o de futevôlei do Coruja, e essa parceria ajuda muito no sentido de dividir os custos e os trabalhos de manutenção da estrutura existente. Fica mais suave caminhar com alguém ao lado, é muito melhor do que caminhar sozinho, essa é a nossa filosofia”, disse João, um dos cabeças da organização.
E ele continua, “de lá pra cá, juntamente com Beto, Nilson e outros, pois não tem como citar os nomes de todos porque o grupo é grande, quando chegamos, o point já existia, mas fizemos algumas modificações, melhorias que hoje é basicamente o que vimos. Temos uma estrutura bacana, um certo conforto para os frequentadores. Gosto sempre de frisar que é um trabalho coletivo, não é obra somente de uma pessoa. Outra coisa, é que não cobramos nada dos frequentadores no sentido de auferir lucro. A única cobrança que temos é uma taxa de R$ 10 por mês, para pagar a pessoa que monta e desmonta as redes, tudo com transparência. Uma planilha é colocada no grupo do WhatsApp, mostrando o fluxo financeiro para os colaboradores. É dessa forma que a gente vai tocando”, explica.
É importante dizer que qualquer pessoa que quiser começar a praticar o esporte pode fazer isso à vontade, independente de ser contribuinte ou não, o espaço é público. “A maioria do pessoal que frequenta hoje, começou assim. Não sabia jogar, foi acolhido, tomou gosto e hoje tem uma condição muito boa, tanto no frescobol como no futevôlei… O intuito é esse, amizade, brincadeira e lazer”, garantem os frequentadores.

A preocupação existe também com os banhistas que frequentam o local. “Estruturamos a arena com redes bem altas e fortes para evitar que as bolinhas incomodem os outros frequentadores da praia. Afinal, são crianças, idosos e banhistas num todo, e é preciso respeitar o espaço de cada um”, diz João.
Outra amante do frescobol e que só tem a falar bem, é a funcionária pública estadual, Elizabeth de Menezes Martins, a Betinha. “Desde que o frescobol entrou na minha vida, tenho vivido de maneira mais filosófica, com mais leveza. Ele realizou mudanças, tanto no meu emocional como no meu corpo. Jogando, me sinto jovem, alegre e feliz, pois me divirto com o jogo e, após as partidas, têm as resenhas. Ficamos conversando sobre os jogos, damos muitas risadas… é muito gostoso! O frescobol tem um lugar especial na minha vida desde 2019, quando fui diagnosticada com câncer de endométrio e tive que fazer quimioterapias até janeiro de 2021. O esporte foi um aliado para não me entregar à doença e, mesmo na pandemia, jogava para me sentir feliz, viva. Passaram-se quatro meses, tive metástase, retornei com as quimioterapias, mas não desanimei e, mais uma vez, superei esta doença bendita, pois, além de Deus, a medicação e a família, tenho o frescobol e os amigos para me darem força e me sentir feliz. O frescobol representa vida, felicidade e jovialidade na minha vida”, diz, agradecida.

Frescobol
O frescobol é um esporte que surgiu no Brasil entre 1945 e 1946, em Copacabana-RJ, após o término da 2ª Guerra Mundial, idealizado por Lian Pontes de Carvalho.