Ciência

Descoberta nova galáxia de rádio que emite raios gama de alta energia

Um estudo publicado no servidor de pré-impressão arXiv, conduzido por uma equipe internacional de astrônomos, relata a detecção de uma nova galáxia de rádio Fanaroff-Riley Classe II (FRII), que se mostrou ser uma fonte emissora de raios gama de alta energia (GeV).
Galáxias de rádio são assim chamadas pois emitem enormes quantidades de ondas de rádio de seus núcleos centrais. Buracos negros nos centros dessas galáxias acumulam gás e poeira, gerando jatos de alta energia visíveis em comprimentos de onda de rádio, que aceleram partículas eletricamente carregadas a altas velocidades. Dependendo da falta ou da presença de hotspots nas bordas de seus jatos, os astrônomos dividem as galáxias de rádio em duas classes, conhecidas como Fanaroff-Riley Classe I (FRI) e Classe II (FRII).

Características peculiares revelaram que fonte de raios gama é uma galáxia de rádio
Em 2006, o INTErnational Gamma-Ray Astrophysics Laboratory (INTEGRAL) — missão da Agência Espacial Europeia (ESA) em cooperação com a  Agência Espacial Europeia (ESA) em cooperação com a Agência Espacial Russa (Roscosmos) e a Nasa — detectou pela primeira vez o IGR J18249-3243 como um núcleo galáctico ativo (AGN).
Inicialmente, a descoberta foi associada a uma fonte de rádio mal estudada conhecida como PKS 1821-327. Observações anteriores de IGR J18249-3243 descobriram que a região tem um desvio avermelhado de 0,355, tem alta concentração de rádio, uma radiomorfologia complexa e um espectro de rádio íngreme, confirmando a natureza AGN do sistema.
Agora, uma nova abordagem feita por uma equipe de astrônomos liderados por Gabriele Bruni, do Instituto Nacional de Astrofísica de Roma, na Itália, relata que o IGR J18249-3243 emite raios gama de alta energia (nas energias GeV) e suas propriedades sugerem sua classificação como uma galáxia de rádio FRII.

“Neste trabalho, apresentamos a reclassificação de uma fonte Fermi-LAT como uma nova galáxia de rádio FRII da amostra INTEGRAL encontrada para emitir em energias GeV”, escreveram os pesquisadores no estudo, que será revisado por pares.

Bruni e sua equipe usaram o telescópio espacial Fermi-ray, da Nasa, combinado com dados de rádio anteriores, que mostram que a fonte é composta por pelo menos três componentes de rádio. Juntos, os três apresentam a morfologia típica de uma galáxia de rádio, com um núcleo central e dois lóbulos.
Observou-se que o brilho superficial de IGR J18249-3243, mais forte para os lóbulos e ligeiramente mais fraco para o núcleo, é sugestivo da classe FRII. Os astrônomos supõem que a emissão de raios gama detectada poderia se originar principalmente nos lóbulos pela dispersão inversa de elétrons emissores de rádio dos campos de fótons ambientes. Eles acrescentaram que a contribuição do jato não é suficiente para reproduzir a emissão de GeV observada.
Segundo o site Phys, os pesquisadores notaram que a estrutura de dois lóbulos de IGR J18249-3243 foi perdida até agora devido à falta de resolução em pesquisas de rádio clássicas. Portanto, a descoberta de que essa fonte é uma galáxia de rádio FRII levanta a questão de quantos objetos ainda estão escondidos entre a população geral de emissores GeV.

“Prevemos que mais galáxias de rádio emissoras de GeV sejam encontradas graças a novas pesquisas de rádio, fornecendo uma visão mais profunda e nítida”, concluíram os autores do artigo.

Fonte: Olhar Digital

Luzimara Fernandes

Luzimara Fernandes

Jornalista MTB 2358-ES

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