Ciência Paleo & Arqueologia

Cientistas creem ter achado pedaço do asteroide que extinguiu dinossauros

Uma nova descoberta indica que um pequeno fragmento do asteroide que caiu na Terra há 66 milhões de anos pode ter sido encontrado nos EUA. Pesquisadores acreditam que o impacto cataclísmico da rocha pode ter provocado a morte dos dinossauros e mudado o curso da história da evolução da vida no planeta.
Os vestígios do asteroide foram identificados em um sítio arqueológico na Formação Hell Creek, no estado de Dakota do Norte, e se mantiveram preservados. Muitos fósseis desenterrados no local são de animais que morreram durante o choque da queda, como peixes que sugaram detritos, uma tartaruga empalada com uma pedra e uma perna que pode ter pertencido a um dinossauro.
De acordo com informações da CNN, a novidade científica é apresentada no documentário “Dinosaur Apocalypse”, exibido pela emissora PBS, e apresentado pelo naturalista David Attenborough e o paleontólogo Robert DePalma.

Mudanças radicais
DePalma, pesquisador da Universidade de Manchester, no Reino Unido, e professor adjunto do departamento de geociências da Florida Atlantic University, trabalhou durante muito tempo no sítio arqueológico de Tanis. Com base em seus conhecimentos sobre as condições geológicas do local, ele afirma que os desertos dos Estados Unidos ficaram áridos após a queda do asteroide.
No período Cretáceo, o meio-oeste americano era uma floresta pantanosa e possuía fontes de água em abundância, que desde então desapareceram. Essa área percorria todo o caminho do que hoje é o Golfo do México até o Canadá. Com essas descobertas, os pesquisadores podem ter raras evidências do que levou ao fim da era dos dinossauros.
O local também abriga milhares de fósseis de peixes bem preservados que, segundo DePalma, podem ter sido enterrados vivos por sedimentos deslocados quando um enorme corpo de água foi desencadeado instantaneamente, depois que o enorme asteroide caiu no mar.

“Uma evidência após a outra começou a se acumular e mudar a história. Foi uma progressão de pistas, como uma investigação de Sherlock Holmes”, disse DePalma. “Esses conhecimentos ajudam a entender como as coisas se desenvolveram após o impacto, e nos ajuda a obter recursos tão ricos para investigação científica”.

O fóssil de perna de dinossauro achado no local (Foto: Divulgação)

Novas pistas
A maioria das esférulas de impacto vítreas que primeiro revelaram as impressões digitais do impacto do asteroide em DePalma são preservadas como argila, como resultado de processos geológicos ao longo de milhões de anos. No entanto, DePalma e seus colaboradores também encontraram algumas esférulas que pousaram em resina de árvore na superfície de um tronco e foram preservadas em âmbar.

“Nesse âmbar localizamos várias esférulas que estavam basicamente congeladas no tempo, porque, assim como um inseto em âmbar que está perfeitamente preservado, quando essas esférulas entraram no âmbar, a água não conseguiu chegar até elas e eles estão perfeitamente preservados”, disse ele.

Além disso, o pesquisador chamou a atenção para uma perna de dinossauro excepcionalmente preservada, com a pele intacta, que foi descoberta no sítio de Tanis. Estima-se que o membro tenha pertencido a um tescelossauro, um pequeno dinossauro herbívoro que provavelmente morreu no mesmo dia em que o asteroide atingiu caiu no planeta. A preservação de tecidos moles, como a pele, sugere que seu corpo não teve tempo de se decompor antes de ser enterrado em sedimentos.

“Os únicos dois cenários plausíveis aqui são que ele morreu no choque do impacto ou que morreu imediatamente, mas tão próximo no momento do evento cataclísmico que realmente não teve tempo de perceber o que estava acontecendo”, explicou o especialista.

Os estudos que estão sendo feitos sobre o sítio de Tanis e as regiões norte-americanas que testemunharam a queda dos fragmentos de asteroides podem fornecer informações sobre esse episódio, que causou a extinção em massa dos dinossauros e outras formas de vida pré-históricas e como esse fenômeno se desenrolou posteriormente. Para DePalma, essa gama de informações pode nos ajudar a refletir sobre a crise climática atual.

“O registro fóssil nos dá uma janela para os detalhes de um perigo em escala global e a reação do ecossistema da Terra a essa ameaça”, explicou. “Isso nos traz um olhar para o passado e também nos permite aplicar isso à crise ecológica e ambiental de hoje”.

Fonte: UOL

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