Comportamento & Equilíbrio

Viver sozinho e infeliz envelhece tanto quanto fumar, aponta pesquisa

Ter uma saúde mental vulnerável, como viver sozinho, deprimido e infeliz, acelera o envelhecimento tanto quanto outras condições que impactam a saúde, como fumar. A constatação é de um estudo realizado por pesquisadores chineses que reforça a importância de darmos atenção não apenas ao envelhecimento biológico, mas também ao envelhecimento psicológico.  

Os resultados foram publicados na revista científica “Aging Us” e foram obtidos por meio de um “relógio do envelhecimento”, um modelo estatístico que usou dados de exames de sangue do Estudo Longitudinal de Saúde e Aposentadoria da China, com informações de mais de 11.914 adultos com mais de 45 anos.
As informações foram analisadas pelos cientistas, que fizeram a conexão entre os aspectos físicos e psicológicos do envelhecimento.

Os pesquisadores mediram a idade biológica dos idosos em comparação com a cronológica usando 16 biomarcadores sanguíneos (como colesterol, triglicérides, glicemia e hemoglobina glicada) e outros sete parâmetros biométricos e chegaram à conclusão de que é preciso ter companhia e viver em um ambiente psicologicamente positivo para ter uma longevidade saudável.

Segundo a pesquisa, o relógio detectou o envelhecimento acelerado em pessoas com problemas cardiovasculares, pulmonares e hepáticos. Mas o que surpreendeu foi a constatação de que os fatores psicológicos (entre eles viver sozinho, sentir-se sem esperança ou infeliz) somaram 1,65 ano à idade biológica — uma soma de anos maior do que outros aspectos esperados, como sexo biológico, moradia, estado civil e tabagismo.

De acordo com a médica geriatra Thaís Ioshimoto, do Hospital Israelita Albert Einstein, outros estudos já associavam o fato de viver sozinho e ser homem, por exemplo, ao risco de morrer mais cedo.

O interessante deste trabalho é que ele compara o risco do envelhecimento com outras variáveis, como o tabagismo. Isso é um parâmetro que torna os resultados mais palpáveis para a população”, afirmou a médica.

Segundo Thaís, os resultados têm um impacto na saúde populacional e em possíveis ações de saúde pública porque reforçam a importância de o idoso se manter ativo e com uma rede de contatos sociais.

Somos seres humanos, não sabemos viver sozinhos. A solidão é um fator estressante e ainda não sabemos mensurar isso. Está cada vez mais comprovado que a solidão tem impacto direto na saúde mental, na longevidade e na qualidade de vida”, diz.

A recomendação é que as pessoas mais velhas se engajem em alguma comunidade, alguma rede de contato social, participem de atos coletivos para sempre terem uma rede de apoio ativa.

E isso deve ser feito desde quando somos adultos jovens. Quanto mais velhos e mais tarde começarmos, mais difícil fica de se engajar”, finalizou.

Fonte: UOL

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