Meio ambiente

Plantas transmitem “memórias” para gerações seguintes, conclui estudo

Pesquisadores chegaram a conclusão que mudanças de comportamento geradas para combater os efeitos das mudanças climáticas podem passar para os descendentes de plantas que conseguiram se adaptar

De inundações devastadoras, passando por secas severas e pelo aumento das temperaturas, a crise climática está mudando os habitats naturais em todo o mundo. Para sobreviver, muitas plantas foram forçadas a se adaptar rapidamente. E essas adaptações podem ser transmitidas para as gerações futuras, indica uma nova pesquisa publicada na revista Trends in Plant Science.

Um dia pensei [sobre] como o estilo de vida e a experiência de uma pessoa pode afetar seus gametas [células reprodutivas] transmitindo marcas moleculares de sua vida para seus filhos. Imediatamente pensei que marcas ainda mais epigenéticas devem ser transmitidas pelas plantas, sendo que as plantas são organismos sésseis [fixos em um lugar] que estão sujeitos a muito mais estresses ambientais do que os animais durante sua vida”, conta Federico Martinelli, geneticista de plantas da Universidade de Florença, ao portal Euronews.

As plantas não criam memórias da mesma forma que os humanos mas, ainda assim, se lembram de experiências vivenciadas, afirma o pesquisador. Elas armazenam essas experiências em sofisticadas redes de sinalização celular e molecular por meio de um mecanismo batizado de “memória somática”.

Esses mecanismos permitem que as plantas reconheçam a ocorrência de uma condição ambiental anterior e reajam mais prontamente na presença da mesma condição consequente”, diz Martinelli.

E esses aprendizados podem ser transmitidos aos descendentes das plantas por meio de algo que os pesquisadores chamam de “epigenética”. Ao contrário das alterações genéticas, as alterações epigenéticas não alteram uma sequência de DNA, mas podem mudar a forma como um organismo lê uma sequência de DNA.

As modificações epigenéticas são herdadas… contribuindo assim para a adaptação a longo prazo das espécies de plantas às mudanças climáticas”, escrevem os autores do artigo.

Fonte: Um Só Planeta

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