Bem-estar Educação

Felicidade gera alta performance no aprendizado

Atenta ao que torna as pessoas infelizes, sociedade sabe pouco sobre a felicidade. O tema é um dos mais concorridos entre alunos de Harvard. No Brasil, escolas começam a incluir o bem-estar nas atividades

Em 1998, pesquisas no campo da psicologia constataram que, para cada estudo sobre felicidade e prosperidade, foram conduzidos 17 estudos sobre depressão e distúrbios. Esses dados revelam que a sociedade sabe muito bem como é estar mal e tão pouco sobre como ser feliz.

Shawn Achor, autor e palestrante estadunidense conhecido por sua defesa da psicologia positiva, conta em seu livro O jeito Harvard de ser feliz (ed. Benvirá) que isso ficou claro quando foi convidado a dar uma palestra na “Semana do bem-estar” em uma das escolas mais elitistas da Nova Inglaterra, cujos tópicos eram: transtornos alimentares, depressão, drogas, violência e comportamento sexual de risco. Shawn pensou que aquela era, na verdade, uma semana do mal-estar.

Distanciando-se do foco tradicional da psicologia, que se concentra nos fatores que tornam as pessoas infelizes e como elas podem voltar ao ‘normal’, também em 1998, Martin Seligman, então presidente da American Psychological Association, revolucionou a abordagem tradicional da psicologia, concentrando-se no lado positivo da curva. Seligman sabia que era preciso estudar o que funciona e não só o que emperrou. E assim nasceu a psicologia positiva.

Quatro de cada cinco alunos da Universidade Harvard sofrem de depressão pelo menos uma vez durante o ano letivo, e aproximadamente metade de todos os alunos sofre de uma depressão tão debilitante que não conseguem exercer suas atividades, é o que revelou, em 2004, um levantamento do The Harvard Crimson (jornal estudantil diário da Universidade Harvard, fundado em 1873). E foi exatamente ali, lar de muitos jovens cronicamente infelizes, que surgiram as aulas de felicidade mais concorridas de Harvard até hoje, ministradas pelo professor Tal Ben-Shahar. Em seguida outras universidades do país, como Stanford e Yale, colocaram em suas grades curriculares a disciplina da felicidade.

No Brasil, as aulas de felicidade também adentraram as universidades, com grandes polos de estudo da psicologia positiva e trilhas de felicidade, como a PUC do Rio Grande do Sul e a Universidade Cruzeiro do Sul.

O olhar para a saúde mental foi intensificado após a pandemia, quando crianças e jovens retornaram para a escola com os aspectos emocionais abalados.

A escola percebeu que não dá para separar a parte cognitiva da emocional e deixar de falar dessas questões em sala de aula”, expressa Kethlin.

Quando se mede a felicidade dos alunos, ocorre uma antecipação e se olha para o futuro, diminuindo a evasão escolar. A taxa de felicidade aumenta e cresce também a sensação de prazer na escola, o centro de aprendizagem e o desempenho dos alunos.

Quando olharmos daqui a 10 anos ou 15 anos, veremos adultos no mercado de trabalho com histórico cerebral de alto índice de dopamina no cérebro, evitando esgotamento e doenças psíquicas no futuro. Aumenta desempenho, reduz evasão e contribui nas próximas gerações com mais índice de dopamina cerebral”, conclui Sérgio Amad.

Fonte: Revista Educação

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