Gerenciar melhor as emoções pode prevenir o envelhecimento patológico, segundo pesquisa
Para entender como as emoções afetam o cérebro, principalmente nos idosos, neurocientistas conduziram um estudo comparativo com jovens
Nos últimos 20 anos, neurocientistas têm observado como o cérebro reage às emoções. Para entender como isso afeta o envelhecimento, cientistas da Universidade de Genebra (Unige) investigaram como jovens e idosos comportam-se quando confrontados com o sofrimento psicológico de outras pessoas.
Igual, mas diferente
Voluntários assistiram a pequenos clipes mostrando pessoas em estado de sofrimento emocional — como em um desastre natural ou situação de angústia — e também a vídeos com conteúdo emocional neutro. Enquanto isso, os pesquisadores observavam a atividade cerebral deles usando ressonância magnética funcional.
Primeiramente, a equipe realizou o experimento com um grupo com 29 pessoas com cerca de 25 anos e outro com 27 pessoas com mais de 65 anos. Depois, o teste foi repetido com 127 idosos. A pesquisa descobriu que as pessoas mais velhas mostram um padrão de atividade cerebral diferente dos mais jovens. Em adultos mais velhos, a parte do cérebro que processa a memória autobiográfica (córtex cingulado posterior) tem um aumento de conexões com a parte que processa importantes estímulos cerebrais (a amígdala).
Ao mesmo tempo, as pessoas mais velhas tendem a regular melhor suas emoções do que os mais jovens e se concentram mais facilmente em detalhes positivos, mesmo durante um evento negativo. Como o córtex cingulado posterior é uma das regiões mais afetadas pela demência, existe a necessidade de descobrir o que vem primeiro: a má regulação das emoções e ansiedade ou a demência.
Agora, esses pesquisadores vão estudar a possibilidade de prevenir demência com intervenções não farmacológicas. Durante 18 meses, eles conduzirão um estudo de intervenção para comparar os efeitos do aprendizado de uma língua estrangeira e da prática de meditação no cérebro.
Fonte: Olhar Digital