Cultura

Sozinha e Feliz

Naquela praça se findou uma fase da minha vida

Em uma tarde como outra qualquer, lá estávamos, nós dois, sentados um ao lado do outro, em um banco de uma praça pública. Eu não o reconhecia, e acredito que ele jamais me conheceu de verdade.
— Então, é isso, Daniel! Mentiras e traições. Depois de tantos anos juntos? Amadurecemos com os nossos erros, mas entender e perdoar situações que demonstram que não há mais amor, aí é difícil. Você não imagina como estou magoada com as suas ações. — Eu precisei revelar os meus sentimentos a ele.

— Pois é, Lara, eu não sei o que houve. Porém, em algum momento da vida, nós nos perdemos. Confesso que o seu jeito chato, o seu ciúme e a sua forma de ver as coisas me fizeram te amar menos, perdi a admiração por você. Entretanto, não vou usar isso para justificar o quanto menti para você. Eu errei muito. — Daniel foi frio e desrespeitoso para comigo. Jamais pude imaginar o que ele realmente pensava sobre mim.

Apesar da indiferença dele, eu não pude conter as lágrimas. Foram três anos perdidos, três anos que me empenhei pela pessoa errada. Ao ouvir o seu ponto de vista, refleti que talvez eu tivesse errado na forma que interagi em diversas situações. Posso ter sido negligente e imatura para conduzir as situações. Posso ter me excedido com os meus mimos e caprichos. E ele, era perfeito? Nunca foi, sempre um acomodado, com suas mentiras. Afinal, foi o nosso primeiro namoro. Erámos apenas dois adolescentes, descobrindo a vida.

Autora: Silvia Vanderss
Conto: Sozinha e Feliz
Palavras: 796 palavras
Arte: Thais Alves

Naquela praça se findou uma fase da minha vida. Porém, eu acreditei que, ao retornar para casa, tudo iria passar, que o mundo se abriria para mim, com novas oportunidades. Infelizmente, não foi bem assim. Os dias se passaram e a minha angústia só aumentou. Eu era bonita, inteligente e me questionava, sem entender o motivo pelo qual não deu certo. Eu senti ódio por confiar nele, por acreditar em mentiras, por me deixar enganar por três anos. Entretanto, de certa forma, me senti insignificante por não conseguir manter um amor. Por não ser amada como eu achei que merecia.

O tempo passou e resolvi aplacar a minha dor e a minha solidão saindo com os amigos para baladas. Lembro que meus pais se preocupavam e diziam que quando eu namorava, eles se sentiam mais tranquilos, pois sabiam com quem eu estava. Em pouco tempo, conheci um rapaz. Acreditei que o amor poderia ser encontrado com facilidade. Aliás, eu nem sei ao certo o que eu pensava na época. Ele era bem-sucedido, bonito, sempre com elogios. Não hesitei em entrar de cabeça em uma nova relação, que para mim parecia perfeita. Os primeiros três meses foram perfeitos. Eu estava feliz, radiante, parecia um sonho.

Com o intuito de manter uma relação sólida e duradoura, eu comecei a fechar os meus olhos para fatos perigosos, como certas convicções que ele possuía, que não eram nada corretas, acabei repetindo as mesmas ações que tive com Daniel. Eu decidi seguir em frente, passando por cima do lixo psicológico que existia entre nós, em forma de mentiras, persuasão, indiferença e falta de valorização. Seu nome era Marcos, e seu comportamento como namorado era deplorável.

Quando a família não sabia mais o que fazer para me trazer de volta à realidade, a minha irmã entrou na jogada, para me provar, com fatos e dados, que ele não prestava.

Silvia Vanderss

Silvia Vanderss

Autora capixaba, com formação em Administração e Letras Seis obras publicadas que abrangem os gêneros, romance, suspense e poesia Blog literário: www.silviavanderss.com.br

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