Novo contraceptivo masculino impede que espermatozoides nadem
Um estudo que visa a criação de um método contraceptivo masculino parece ter encontrado uma forma de pausar a natação dos espermatozoides
Um novo estudo científico publicado na terça-feira (14) aponta que uma pílula anticoncepcional masculina está perto de se tornar realidade. O medicamento em questão é não hormonal, usado sob demanda e funciona impedindo os espermatozoides de nadar.
- Uma nova pílula anticoncepcional para homens está em desenvolvimento
- O novo método se diferencia por não envolver hormônios, eliminando o risco de causar deficiência de hormônio masculino
- O medicamento deixa os espermatozoides atordoados e incapazes de nadar em direção ao óvulo por algumas horas
- O efeito se dá em cerca de uma hora, o que possibilita que o usuário tome decisões diárias em relação a sua fertilidade
- Testes em camundongos já foram feitos e a próxima etapa será de testes em coelhos, antes de humanos
Conforme o estudo publicado na revista científica Nature Communications, testes em camundongos sugerem que este novo contraceptivo mantém os espermatozoides atordoados por pelo menos algumas horas — tempo o suficiente para impedi-los de alcançar o óvulo. Apesar do avanço, muitos outros testes são planejados e necessários, passando para os coelhos antes de testes em humanos.
Como o contraceptivo masculino funciona
Ao contrário da pílula anticoncepcional feminina, ela não envolve nenhum hormônio. Os cientistas dizem que essa é uma das vantagens da abordagem que estão explorando — ela não eliminará a testosterona e não causará nenhum efeito colateral de deficiência de hormônio masculino.
Em vez disso, o interruptor de “natação dos espermatozoides” que eles visam é uma proteína de sinalização celular chamada adenilil ciclase solúvel ou sAC. A pílula masculina experimental inibe ou bloqueia o sAC.
No estudo inicial em camundongos, financiado pelos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA e publicado na revista Nature Communications, uma única dose da droga, chamada TDI-11861, imobilizou o esperma antes, durante e depois do acasalamento dos animais.
O efeito durou cerca de três horas. Em 24 horas, parecia ter passado completamente com o próximo lote de esperma nadando normalmente. Uma das cientistas, a Dra. Melanie Balbach, da Weill Cornell Medicine, em Nova York, disse que o medicamento se mostrou promissor como um anticoncepcional reversível e fácil de usar.
Se a medicação funcionar em humanos, os homens poderão tomá-lo apenas com frequência necessária e desejada. Assim, eles poderiam tomar decisões diárias sobre sua fertilidade. Por outo lado, os especialistas alertam que o contraceptivo em questão não protegeria contra infecções sexualmente transmissíveis e preservativos continuariam a ser necessários para isso.
Enquanto isso, outros pesquisadores têm procurado um caminho ligeiramente diferente para interromper a natação dos espermatozoides, bloqueando uma proteína na superfície do espermatozoide.
Fonte: Olhar Digital