Mamutes eram mais fofos do que pensávamos

Os pesquisadores acreditam que algumas características dos mamutes-lanosos mudaram
Por: Mateus Dias

Um novo estudo aponta que os mamutes-lanosos possuíam características um pouco diferentes quando surgiram do que as que conhecemos atualmente. Os pesquisadores apontaram que à medida que caminhavam pelas frias paisagens da Sibéria, eles desenvolveram mais depósitos de gordura, orelhas menores e um pelo mais fofo.
Os mamutes-lanosos surgiram há cerca de 700 mil anos, na Ásia, e são descendentes dos mamutes-da-estepe, que dominavam a Eurásia até então. Eles se espalharam por diversas regiões do planeta, até mesmo em locais da América do Norte, quando atravessaram o Estreito de Bering.

Para entender as mutações genéticas que aconteceram nesses animais, os pesquisadores analisaram o material genético de 28 elefantes, tanto africanos quanto asiáticos, e 23 mamutes-lanosos que viveram na Sibéria. A maioria deles são relativamente modernos, tendo vivido há 100 mil anos ou menos, mas um deles caminhou pelo planeta há mais de 500 mil anos, na região de Chukochya.

Ter o genoma Chukochya nos permitiu identificar uma série de genes que evoluíram durante a vida do mamute-lanoso como espécie. Isso nos permite estudar a evolução em tempo real e podemos dizer que essas mutações específicas são exclusivas dos mamutes-lanosos e não existiam em seus ancestrais”, disse Love Dalén, principal autor do estudo, em resposta a Science Alert.

Mudanças adaptativas dos mamutes
Na pesquisa recentemente publicada na revista Current Biology, os cientistas perceberam que o pelo lanoso e os depósitos de gordura provavelmente já existiam quando os animais surgiram, mas que foram se aprimorando à medida que eles se adaptavam ao frio.

Os primeiros mamutes-lanosos não estavam totalmente evoluídos. Eles possivelmente tinham orelhas maiores e sua lã era diferente — talvez menos isolante e fofa em comparação com os mamutes-lanosos posteriores”, explica Love Dalén.

Essas mudanças provavelmente aconteceram quando os animais chegaram à Sibéria. Outras espécies não parentes dos mamutes-lanosos encontradas no ártico, como os ursos polares e as renas, também compartilham um metabolismo de armazenamento de gordura parecidos, o que significa que pode ter ocorrido uma convergência evolutiva.
Os pesquisadores ainda não sabem dizer com certeza o que causou a extinção dos mamutes-lanosos do planeta, mas eles acreditam que além da caça, às características adaptativas que garantiram que esses animais sobrevivessem ao frio foram as mesmas que os prejudicaram com o aquecimento do planeta.

Fonte: Olhar Digital