Cientistas descobrem novo genoma humano
Os estudos do pangenoma foram baseados na análise de sequências genéticas de 47 pessoas de diversas origens e raças
Por Alisson Santos
Mais de duas décadas após a publicação do rascunho da sequência do genoma humano, uma versão mais precisa e inclusiva foi publicada na quarta-feira (10). A nova descoberta amplia compreensão científica do nosso código genético, aprofundando os estudos sobre a biologia humana.
Contrariando a versão anterior, o novo pangenoma tem como base de análise sequências genéticas quase completas de 47 homens e mulheres de diversas origens e raças. O mapa desse novo genoma será fundamental no estudo de variações genéticas que podem ser associadas a determinadas doenças, facilitando também no desenvolvimento de tratamentos específicos.
Tem sido necessário há muito tempo — e eles fizeram um trabalho muito bom […] isso melhorará nossa compreensão refinada da variação e, em seguida, essa pesquisa abrirá novas oportunidades para aplicações clínicas”, explica Ewan Birney, geneticista e vice-diretor-geral do Laboratório Europeu de Biologia Molecular.
O pangenoma, que utiliza da mais recente tecnologia de sequenciamento de DNA, consegue reunir os 47 genomas em um único recurso. Como resultado, são alcançadas imagens mais detalhadas sobre o código de nossas células. As lacunas dessa versão são preenchidas com quase 120 milhões de letras de DNA que ainda não haviam sido incluídas no código de três bilhões de letras.
Como destacado na imagem acima, a referência anterior era de um fio totêmico de DNA, que poderia alcançar até 1,80 m se estendido em uma reta. Agora, com a nova referência, uma versão parecida com um labirinto de fios com caminhos alternativos e trilhas laterais serão utilizados como base de estudo para que os cientistas possam explorar as diversidades genéticas em todo o mundo.
Tornar isso fácil de ser usado pela comunidade é um trabalho a ser feito”, afirmou Heidi Rehm, diretora de genômica do Massachusetts General Hospital em Boston, que não participou dos estudos. “Teremos o benefício de realmente nos entendermos como espécie muito, muito melhor”, corrobora Birney.
Fonte: Olhar Digital