Qual foi a civilização mais duradoura da Terra?
Por Jorge Marin
Saber se Egito, China ou Mesopotâmia são as civilizações mais duradouras da Terra pode ser uma pergunta de difícil resposta. Primeiramente, porque os arqueólogos modernos repudiam a ideia de “civilização”, preferindo, em vez disso, falar em termos de “culturas e tradições”.
Além disso, todas as grandes civilizações da história tiveram períodos de intervenções “estrangeiras”, como os hicsos no Egito, por exemplo. Finalmente, a cultura do início de uma civilização pode ser completamente diferente daquela próxima ao seu fim. Por uma questão de estimativa, a civilização egípcia é avaliada em cerca de 3,5 mil anos, desde a época dos primeiros faraós e do uso dos hieróglifos, embora o império tenha sido governado por dinastias estrangeiras.
Já na Mesopotâmia, o curador do Penn Museum da Filadélfia, Philip Jones, explicou à Live Science que a escrita suméria começou por volta de 3200 a.C., e a adoração dos deuses deve ter durado até o século III d.C.
Em termos de civilizações e impérios, a Mesopotâmia teve: Suméria, Acádia, Babilônia e Assíria. Por sua vez, o Egito passou por várias dinastias e períodos: o Antigo, o Médio e Novo Império, além do Período Ptolemaico, entre outros. O Antigo Egito é mais conhecido por suas pirâmides e icônicos faraós, como Quéops e Ramsés II.
A “civilização entre rios”, que possuía cidades-estados independentes como Uruk e Ur, promulgou o importante Código de Hamurabi e construiu os famosos Jardins Suspensos da Babilônia. Esse predomínio cultural e político se manteve incólume por quase dois mil anos, desde 3.500 a.C. até a conquista persa em 539 a.C.
Alguns parâmetros importantes, como uso da escrita, urbanização ou tradições contínuas, colocam a China como a civilização mais duradoura do mundo, mas a forma de medir isso é questionada. “Depende de como você define civilização e como define chinês, porque acho que existem várias maneiras razoáveis de definir esses dois conceitos”, explica o arqueólogo Rowan Flad, da Universidade de Harvard, à Live Science.
Quando você pensa sobre a língua escrita [chinesa], não há absolutamente nenhuma controvérsia de que haja continuidade de 3.250 anos atrás ou mais até o presente”, afirma ele. O mesmo ocorre como a arqueologia das ruínas neolíticas da cultura Liangzhu no delta do rio Yangtze, que data a civilização chinesa em mais de cinco mil anos.
No entanto, vendo essa China milenar e a China de hoje, percebe-se que não há uma resposta definitiva para a questão da civilização mais duradoura da Terra. “O que a maioria das pessoas quer dizer com ‘civilização’ deve ser entendido como uma extrapolação de alto nível que tende a perder o foco quando você olha mais de perto”, conclui Jones.
Fonte: Mega Curioso