Saúde

Obesidade entre jovens de 18 a 24 anos subiu 90% em um ano

Diagnóstico de ansiedade e consumo excessivo de álcool estão entre os fatores

Por Tamires Ferreira 

Segundo dados do Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia (Covitel) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), em 2022, 9% dos jovens brasileiros com idade entre 18 e 24 anos apresentaram um índice de massa corporal (IMC) igual ou maior que 30, configurando obesidade. Em 2023, esse percentual saltou para 17,1% — um aumento de 90%.
Nessa mesma faixa etária, 31,6% dos jovens já receberam diagnóstico médico de ansiedade e 32,6% relatam episódio de consumo abusivo de álcool (quatro doses ou mais para as jovens e cinco doses ou mais para jovens em uma mesma ocasião). O grupo é também o que menos consome frutas, verduras e legumes de maneira regular — apenas 33,5% e 39,2%, respectivamente, incluem esses alimentos na dieta cinco vezes ou mais na semana.

Já o consumo de refrigerantes e sucos artificiais se destaca nessa faixa etária — 24,3% dos jovens acusaram consumo frequente (cinco vezes ou mais na semana). Eles também lideram o chamado tempo de tela com 76,1% utilizando dispositivos como celulares, tablets ou televisão por três horas, ou mais por dia para lazer.

O levantamento ouviu nove mil brasileiros com 18 anos ou mais, de capitais e cidades do interior das cinco regiões do Brasil entre janeiro e abril de 2023.
Somado a tudo isso, também há o marcador de atividades físicas: apenas 36,9% deles praticam os 150 minutos semanais de atividade física recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Ainda de acordo com a pesquisa, divulgada pela Agência Brasil, o sono dessa faixa etária também está comprometido, com apenas 54,2% deles dormindo a quantidade de horas recomendadas para a idade (de sete a nove horas por dia, de acordo com a National Sleep Foundation).

Subestimada por alguns, a falta de sono pode impactar em alguns quadros crônicos. O levantamento, por exemplo, já mostra que 8,2% desses jovens tiveram diagnóstico médico de hipertensão arterial, enquanto 14,1% da população nessa faixa etária recebeu ainda diagnóstico médico de depressão.

Milhões de crianças obesas até 2030
Não apenas entre jovens, a obesidade também tem afetado pessoas ainda na infância — a obesidade infantil já é considerada uma epidemia global. De acordo com o Atlas da Obesidade 2022, publicado pela World Obesity Federation, em 2030, estima-se que 23,12% das crianças de cinco a nove anos e 18,60% dos adolescentes de 10 a 19 anos serão obesos, totalizando 44 milhões de crianças e adolescentes de cinco a 19 anos em todas as Américas.

No Brasil, estima-se que 7,7 milhões de crianças serão obesas até 2030. Parte desse fenômeno se atribui a crescente ingestão de processados. Conforme estudo do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da USP, na última década, o consumo desses alimentos aumentou em 5,5% na população em geral. A pesquisa também revelou que 20% das calorias consumidas hoje pelos brasileiros vêm dos ultraprocessados.

Fonte: Olhar Digital

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