Cultura

1ª Bienal das Amazônias reúne artistas de países que têm a floresta em seu território

A partir do dia 4 de agosto, exposição em Belém, Pará, exibe mais de 100 artistas da Colômbia, Peru, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Guiana Francesa, Suriname e Brasil

Por Maria Mesquita

A primeira edição da Bienal das Amazônias tem sua estreia no início de agosto e estende-se até novembro. O tema para o lançamento é Bubuia: águas como Fonte de Imaginações e Desejos e reunirá 121 artistas e coletivos com origem em nove países que possuem a floresta amazônica em seu território: Colômbia, Peru, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Guiana Francesa, Suriname e Brasil. O evento será em Belém, no Pará, em um espaço de 7,6 mil m².
A mostra inédita tem o objetivo de apresentar os diferentes tipos de arte das regiões e fugir dos estereótipos. A exposição tem como tema a inspiração na obra do poeta amazônico João de Jesus Paes Loureiro, conhecido por defender o conceito do “dibubuísmo” amazônico, que explora a profunda relação estética e cultural entre as águas e os corpos que habitam esse território.

A escolha do local foi também uma quebra de paradigma. Em vez de um local habitual, como museus ou galeria, o evento terá como sede o edifício de uma antiga loja de departamentos com quatro andares e isso é parte da estratégia da organização em romper com os “usuais” modos de fazer arte.

A curadoria de artistas foi feita pelo coletivo feminino Sapukai — que significa “grito”, “clamor” ou “canto” na língua Tupi. O time é composto por três mulheres, Kenya Eleison, ex-diretora artística do MAM do Rio de Janeiro, Sandra Benites, ex-Masp e primeira curadora indígena de uma instituição de arte no Brasil, a curadora e historiadora de arte Vânia Leal e a pesquisadora e professora Flavya Mutran.

As especialistas escolheram meticulosamente quem estaria dentro da mostra, para que as regiões da Pan-Amazônia Guiana Francesa fossem bem representadas. Estão confirmados nomes como Adriana Varejão, a fotógrafa Claudia Andujar, Denilson Baniwa, Uyra Sodoma e o pintor venezuelano Carlos Cruz-Díez.

A lista foi construída olhando para uma Amazônia profunda, que tem a perspectiva de que não existe uma produção amazônica e sim um rizoma de multifacetadas individualidades. Olhar por este caminho traz um projeto de discussão sobre a Amazônia, que leva em conta fatores geopolíticos e suas pluralidades culturais. Meu olhar sobre os percursos curatoriais superou fronteiras legais com um compromisso com o contexto Amazônico”, afirma Vânia.

A Bienal seguirá percursos de artistas que possuem experiências com lugares diferentes e também com as vivências distintas e particulares dos povos que habitam a Amazônia.

As cosmo-percepções, as soluções e as cosmovisões dos artistas conversam entre si. No entanto, esta é uma exposição que deseja trazer uma não conformidade em relação ao que a gente vê no encontro com a arte, mas, mesmo assim, não deixa de ser uma exposição de arte”, disse Kenya Eleison.

Serviço
1ª Bienal das Amazônias
Endereço: Rua Senador Manoel Barata, 400. Comércio — Belém, Pará, Amazônia.
Data: 04 de agosto a 05 de novembro aberto ao público
Horário de funcionamento: de terça a sexta, das 9h30 às 19h; aos sábados, de 11h as 20h, e aos domingos de 11h as 18h.

Fonte: Casa Vogue

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