Caneta e papel: por que seguir escrevendo à mão?
Em um mundo de telas e teclados, a escrita manual é parte do desenvolvimento e aprendizado de pessoas de todas as idades
Por Natasha Olsen
Em um mundo tomado por telas, teclados e aplicativos, até a importância dos livros didáticos é questionada. Mas, no meio de tantas tarefas automáticas, inteligência artificial e pouco foco e presença, a ciência vem provar a importância do papel e da caneta para nosso cérebro e aprendizado. Escrever à mão pode levar mais tempo do que digitar, mas o hábito traz inúmeras vantagens.
Abaixo estão alguns motivos, confirmados pela ciência, dos benefícios que hábitos “antigos” trazem para adultos, jovens e crianças. O bom o velho conjunto de papel e caneta ainda não foi superado e deve ser parte da rotina e do desenvolvimento de todos.
Escrever à mão? Sim!
Fazer anotações à mão melhora o aprendizado
De acordo com um estudo realizado pela Association for Psychological Science, fazer anotações à mão em vez de em um laptop leva a uma melhor compreensão. De acordo com as descobertas do estudo, “a tendência dos anotadores de laptop de transcrever palestras literalmente, em vez de processar informações e reenquadrá-las em suas próprias palavras, é prejudicial ao aprendizado”.
Escrita cursiva e crescimento cerebral
Um relatório da Psychology Today mostra como o aprendizado cursivo ajuda a apoiar o desenvolvimento do cérebro. Enquanto a escrita no roteiro ocorre a especialização funcional que integra o sensorial, o controle do movimento e o raciocínio.
Imagens do cérebro revelam maior envolvimento do cérebro durante a escrita cursiva:
Para escrever uma letra cursiva legível, é necessário um controle motor fino sobre os dedos”, diz o relatório. “É preciso prestar atenção e pensar no que e como você está fazendo. Você tem que praticar. Estudos de imagens cerebrais mostram que a letra cursiva ativa áreas do cérebro que não participam da digitação”.
Melhoria da composição e suporte à dislexia
Uma pesquisa mostra que redações escritas à caneta superam aquelas digitadas em computadores em termos de quantidade, velocidade e completude da frase.
Como todas as letras da letra cursiva começam em uma linha de base e a caneta se move fluidamente da esquerda para a direita, a letra cursiva é mais fácil de aprender para alunos disléxicos que têm dificuldade em formar palavras corretamente”, explica a terapeuta acadêmica Deborah Spear.
De acordo com o Wall Street Journal, escrever à mão é um exercício cognitivo que envolve habilidades motoras finas e memória, o que é especialmente útil para cérebros idosos.
A caligrafia como ferramenta para alcançar objetivos
Quando escrevemos, nos envolvemos em um tipo organizado de pensamento que ajuda a coletar conhecimento de experiências para direcionar percepções, comportamentos, ideias e emoções no presente. Esse processo gera emoções positiva e sentimento de progresso em direção aos objetivos essenciais.
O Dr. Marc Seifer, grafologista e especialista em caligrafia, enfatiza os benefícios terapêuticos da escrita, como a “grafoterapia”, que consiste em escrever uma frase reconfortante várias vezes ao dia para retreinar o cérebro e atingir um estado desejado, o que é especialmente bom para quem que lutam com a concentração.
Pensar, focar e escrever
Manter um senso de intencionalidade ao produzir letras no papel é um aspecto importante da caligrafia que se perde quando estamos digitando em nossos dispositivos. Em um mundo cada vez mais automatizado, pensar e escrever no papel proporcionam uma sensação tátil que ajuda a focar o pensamento. Não há ferramentas de correção automática, sugestões gramaticais ou inteligência artificial guiando seus pensamentos — apenas você, uma caneta e um pedaço de papel.
Fonte: CicloVivo