Religião

Obedecer, ou não obedecer? Você tem opção

“…farei de ti uma grande nação, e te abençoarei, e engrandecerei o teu nome. Sê tu uma bênção. Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei aquele que te amaldiçoar; por meio de ti, serão benditas todas as famílias da terra…” (Gênesis 12.1-3)

É impossível, falar de fé e de promessas, sem falar do patriarca Abraão e de sua mulher Sara. Contudo, antes de ter conhecimento das promessas que o Senhor iria proferir para suas vidas, eles recebem uma ordem expressa de Deus: Ora, disse o senhor a Abraão: “…Sai-te da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai, e vai para a terra que eu te mostrarei. (Gên. 12.2).
E assim começa a trajetória deste casal, marcada por momentos intensos de fé, decisões difíceis e atitudes, que mudariam por completo suas vidas. Vamos viajar um pouco? Apesar de seu nome ter conotação de: “pai da fé” e de ser conhecido como “amigo de Deus”, a verdadeira tradução do nome de Abraão é: “Pai de nações”. A história deste casal, está lá no livro de Gênesis, do capítulo 12 em diante, e é surpreendente, pois, embora ambos tenham ouvido a voz de Deus, eles não o obedeceram por completo, e essa, sem dúvidas, é uma das piores decisões que poderiam tomar. Pois, para vivermos aquilo que Deus planeja para nós, todavia, sempre existirá um processo a seguir. É importante ressaltar que, sabotar uma das etapas, infelizmente, não vai nos ajudar a chegar ao nosso tão esperado objetivo. Entenda, Deus é exclusivista! Ele não divide a glória dEle com ninguém, Ele não aceita adoração dividida, portanto, se Ele nos faz promessas, Ele cumpre. Contudo, precisa ser dentro dos termos dEle. É como receita de bolo, se seguimos o passo a passo, não tem como dar errado, passe por todos os processos e terás êxito!

As decisões impensadas de Abraão e Sara, comprometem totalmente a história de suas vidas, pois, ao perpassar pela história, você vai entender aqui, como os meios justificam os fins. Embora, para algumas pessoas pareça loucura, para nós, conhecedores da Bíblia, temos por certo, que todos esses derramamentos de sangue que vêm acontecendo ao longo dos anos entre as nações de Israel e Palestina, poderia ter sido evitado se, primeiro: Abraão tivesse saído da terra e levado apenas seus pertences e sua esposa (ele leva seu tio Ló, lembra?) ele não teria enfrentado tantos problemas em sua trajetória. Segundo: descer para o Egito também não era opção, mas pedir direção a Deus sim! Essa, foi mais uma decisão que atrasou seu caminho, e que retardou sua promessa e, terceira, e mais importante: tomar a decisão junto de sua mulher, de se deitar com Hagar, serva egípcia de Sara, para gerar um filho, sem dúvidas foi muito inconsequente! Entenda, Deus não precisa de mãozinha de ninguém, se Ele falou que vai fazer, deixa por conta dEle e descansa!

Perceba que, na expectativa de viverem aquilo que Deus havia prometido, eles tomam inúmeras decisões impensadas sem consultar ao Senhor, e agem abruptamente sem pensar nas consequências de seus atos. Pois, embora Sara fosse estéril, isso não era empecilho para Deus realizar o milagre.
Como o esperado, Hagar engravida e, posteriormente, dá à luz a Ismael, e aí, de fato, nasce o problema que hoje faz com que essas duas nações amarguem as dores de uma guerra, pois a promessa nasceria da relação de Abraão e Sara e, na precipitação, Sara introduz Hagar na cama de Abraão e esta concebe a Ismael. No entanto, Deus é tão misericordioso, que permite Sara gerar, na sua velhice, e esta dá à luz ao filho da promessa, Isaque. Os problemas deles só estavam começando, porque com o tempo, Ismael começa a provocar e zombar de seu meio-irmão Isaque, e Sara por sua vez, toma as dores de seu filho, convencendo Abraão seu marido a colocar Hagar e Ismael para fora de casa!

Pois bem, Deus mais uma vez age de benevolência para com essa família e também faz promessas a mãe e filho que agora, no deserto, encontram não só socorro em Deus, mas também moradia, e passam a habitar ali mesmo, no deserto. Do momento em que Abraão deixa sua terra ao momento em que Sara, sua mulher, concebe a Isaque, passaram-se exatamente vinte e cinco anos, só aos cem anos de idade que Abraão pode viver o cumprimento daquilo que Deus o havia prometido! E isso, por ouvir e não querer obedecer e é por isso, que ainda hoje, a nação de Israel padece pelas consequência dos atos de seu “pai da fé”. O Hamas é representante legal de Ismael, requerendo seu direito de também herdeiros do pai Abraão, o que é um paradoxo, pois, quando Abraão dispensa Hagar, ele dá uma partilha de seus bens a esta. Contudo, neste momento eu lhe convido a fazer uma breve reflexão acerca de nossas escolhas, pois eu já tive a oportunidade de ouvir inúmeras pessoas dizerem que: Deus é vingativo, também já ouvir falar que Ele não nos dá escolhas.

No entanto, por que será que sempre quando Ele nos dá a chance de escolher, não fazemos a escolha certa? Ou tomamos a atitude correta? A resposta é simples e você tem todo direito de discordar de mim, mas é fato que a maioria de nossas atitudes são tomadas em momentos nos quais usamos a emoção e não a razão. Então, quando Ele te disser: “faça desse jeito”, não tenha receio em obedecer, apenas faça, pois Ele é conhecedor de tudo, inclusive do futuro e, apesar de ser espírito, Ele se importa com nossas emoções e sempre vai estar aqui, cuidando de tudo e nos impulsionando a pensar antes de agir. E agir, sempre que necessário, tendo o cuidado de não deixarmos ser dominados por nossas emoções!

Karla Macrina dos Santos Cribari

Karla Cribari

Karla Cribari Pedagoga, formada pela faculdade Doctum de Vitória

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