Relações Internacionais

Bolívia e o futuro do Mercosul

A entrada do país no bloco dependia apenas da validação brasileira e espera desde 2015 para ser aprovada. Na última terça-feira (28), o Senado apreciou a proposta, só Eduardo Girão (Novo-CE) e Cleitinho (PL-MG) se posicionaram contra

O que é?
O Mercado Comum do Sul é uma Organização Intergovernamental regional que surgiu em 1991 pelo Pacto de Assunção, mas as discussões sobre o tópico remontam à Associação Latino-Americana de Livre Comércio na década de 1960. Promove uma integração regional, principalmente econômica, e se inspira na União Europeia. Atualmente, o bloco é descrito como uma união aduaneira, onde existe livre comércio e política comercial comum entre os países-membros, hoje Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai. A Venezuela está suspensa desde 2016 por não respeitar a cláusula democrática da aliança e a presidência está, no momento, nas mãos de Luiz Inácio Lula da Silva.

Novo vizinho pleno
Consultado por esta coluna, Ivan Günther, coordenador-geral do MBL-BH, considera que existe o benefício de abertura a um mercado consumidor considerável de capacidade econômica inferior para o Brasil, principalmente pela razão da Bolívia ter uma produção industrial quase inexistente, portanto, não atrapalharia as importações da nação, já que o parceiro não tem maquinário de alta tecnologia que obrigaria a comprar dele e não de outros aliados. O especialista critica a burocracia e considera o bloco mal montado, afirmando que para importar de fora, é necessário comprovar a inexistência de produtos similares no grupo, encarecendo o processo.

José Augusto de Castro, presidente executivo da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), reclamou à BBC declarando ser uma decisão estritamente política e sem parecer do mercado privado, que dificultará o consenso interno na organização.

Único candidato atual para admissão ao Mercosul, o Estado Plurinacional da Bolívia, possui reservas de gás, lítio, e outros minerais estratégicos, além de um Produto Interno Bruto (PIB) de cerca de U$ 41 bilhões e 12 milhões de habitantes.

No mundo multipolar
A integração regional é necessária não só para proteger indústria, capital, tecnologia e recursos humanos dos efeitos negativos da globalização, mas para auxiliar em acordos com outras entidades ou países. Entre os principais conquistados pelo Mercosul estão Índia, Egito, União Aduaneira da África Austral, Israel, e, no dia 7 de dezembro, será anunciado o tratado com Singapura. Existe a expectativa que na mesma data seja comunicado o quase lendário acordo com a União Europeia, que está no papel faz 20 anos e tem como principal problema entes protecionistas como França e Polônia, que não desejam a competição do robusto agronegócio brasileiro.

Erik Zannon

Erik Zannon

Erik Zannon Graduando em Relações Internacionais, quinto período, Multivix

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