Venezuela quer guerra!

No último domingo (03), mais de 95% da população chancelou a proposta de Nicolás Maduro, que quer anexar 74% do território da Guiana. A oposição também apoiou o “sim” no plebiscito

Resultados
1 – Você está de acordo em rechaçar por todos os meios, conforme o direito, a linha imposta fraudulentamente pelo laudo arbitral de Paris de 1899, que pretende nos despojar da Guiana Essequibo?
SIM: 97,83%
NÃO: 2,17%

2 – Você apoia o Acordo de Genebra de 1966 como único instrumento jurídico válido para alcançar uma solução prática e satisfatória para a Venezuela e a Guiana em torno da controvérsia sobre o território da Guiana Essequibo?
SIM: 98,11%
NÃO: 1,8%

3 – Você está de acordo com a posição histórica da Venezuela de não reconhecer a jurisdição da Corte Internacional de Justiça para resolver a controvérsia territorial sobre a Guiana Essequibo?
SIM: 95,40%
NÃO: 4,10%

4 – Você está de acordo em se opor por todos os meios, conforme o direito, à pretensão da Guiana de dispor unilateralmente de um mar pendente de delimitação, de maneira ilegal e em violação do direito internacional?
SIM: 95,94%
NÃO: 4,06%

5 – Você está de acordo com a criação do estado Guiana Essequibo e que se desenvolva um plano acelerado para o atendimento integral da população atual e futura desse território que inclua, entre outros, a concessão de cidadania e cédula de identidade venezuelana, conforme o Acordo de Genebra e o direito internacional, incorporando em consequência o dito estado no mapa do território venezuelano?
SIM: 95,936%
NÃO: 4,07%

Segundo o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, 10.554.320 pessoas votaram no plebiscito sobre Essequibo.

Histórico
A disputa entre os dois entes remonta ao século XIX pela descoberta de ouro em 1840, e aflorada após a empresa americana ExxonMobil anunciar a presença de petróleo e negociar a exploração. Em 1897, o assunto foi parar em arbitragem internacional, com um acordo que favorecia o Reino Unido, colonizador das terras.

Um memorando foi escrito em 1949, revelando que a decisão foi arbitrária e nasceu de um acordo entre russos, franceses e britânicos, levando a uma reclamação nas Nações Unidas que originou o Acordo de Genebra de 1966, permitindo a independência da Guiana antes que a questão das fronteiras fosse resolvida. Para a Venezuela, a legitimidade se baseia nas Guerras de Independência da América Hispânica, onde a nação reivindicou as terras, cerca de 150 anos antes do Estado chamado de Guiana ser criado. Tribunais internacionais não reconhecem o direito de invasão e anseiam uma resolução democrática e pacífica.

Posicionamento
O Brasil intensificou a presença de militares nas fronteiras com os dois países para evitar que combatentes passem pelo território nacional. Lula, aliado histórico de Maduro, se encontra numa sinuca de bico. Por hora mantém a neutralidade e se posiciona contra a guerra, como fez com a invasão russa à Ucrânia e o ataque do Hamas a Israel. O problema é que agora o conflito não está longe, e sim nos vizinhos, em um governo que almeja ser líder internacional, tendo assumido a presidência do Mercosul e do G20.

Porém, quem quer ser potência tem que agir como tal, é hora de acordar o gigante verde-amarelo, assumindo a América Latina como bloco de influência, que deve ser expandido. O fortalecimento da Venezuela não é benéfico ao Brasil, portanto a afinidade ideológica deve ser ignorada e a Guiana precisa ser protegida. Na melhor das hipóteses, a oportunidade seria aproveitada e teríamos a Guiana Brasileira, além de parte da Venezuela.