Tentativa de golpe na Guatemala
Bernardo Arévalo (Foto: Reuters)
No dia 20 de setembro, o jornal britânico The Guardian relatou que o Brasil e os Estados Unidos da América foram informados de uma tentativa para impedir o presidente eleito da Guatemala de assumir o poder
Quem é
Bernardo Arévalo é filho de Juan José Arévalo, o primeiro presidente democraticamente eleito do país. Nasceu no Uruguai devido ao exílio da família após o golpe de 1954 e estudou em Israel e nos Países Baixos. Foi diplomata, consultor e escritor. Ganhou notoriedade por participar de grandes protestos nacionais em 2015 e foi eleito deputado em 2019. Em 20 de agosto foi eleito presidente com 60.91% dos votos válidos contra a ex-primeira-dama Sandra Torres, cujo ex-marido entregou o cargo com mais de 95% de rejeição, em 2012. É conhecido por propor uma cruzada anticorrupção, ao mesmo tempo que é um intelectual e de família política, ou seja, de outsider não tem nada. Seus ideais se encontram na centro-esquerda.
Complicações
Luiz Inácio Lula da Silva alertou sobre a situação no seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, lembrando também as recentes rupturas institucionais em Burkina Faso, Gabão, Guiné, Mali, Niger e Sudão. Francisco Mora, embaixador estadunidense para a Organização dos Estados Americanos (OEA), disse que Washington estava preocupada com as ações, que incluíam a tentativa de cassar o partido de Arévalo.
Os procuradores Rafael Curruchiche e Leonor Morales pediram três vezes a anulação do processo eleitoral às cortes. A Procuradora-Geral Consuelo Porras, que enfrenta meses de protestos pedindo sua renúncia, e o Ministério Público consideraram a votação nula, afirmando que o resultado das atas não condizem com o resultado do Supremo Tribunal Eleitoral.
Já o TSE afirmou que os resultados são válidos, certificados, formalizados e imutáveis. A presidente do órgão, Blanca Alfaro, disse aos canais de mídia que os políticos eleitos devem tomar posse no dia 14 de janeiro e qualquer ato contrário será uma violação da ordem democrática.
A OEA demandou que o presidente em exercício Alejandro Giammattei, os tribunais e o congresso defendam a constituição e punam os responsáveis pelos ataques que visam desmoralizar as instituições democráticas da Guatemala.
