Vida de cão
Eu vaguei pelas
Ruas de lamparina
Na mão, alguns
Me chamavam
De cínico, outros
Me taxavam de
Cão
Muitos me tinham
Como louco, vadio
Ou mendigo, mas
Eu morei num barril
Por opção, pois fiz
Da extrema pobreza
Minha maior virtude
Eu condenei todo
O tipo de luxúria, a
Hipocrisia humana,
As instituições e as
Convenções sociais,
Os homens contam
Anedotas sobre mim,
Mas fui o único que
Caçoou de Alexandre,
O Grande
Eu nasci em Sinope,
Mas vivi em Atenas,
Há muitos séculos
Atrás, eu bebi na
Fonte de Sócrates,
Mas atacava Platão
Eu acreditava numa
Vida natural
E autossuficiente, eu
Gostava das ações
Práticas e não das
Vãs teorias estéreis
Por isto,
Eu andava assim,
Incansavelmente,
Em busca de ao
Menos, um homem
Honesto que fosse
Mas, afinal, quem
Fui eu?