Comportamento & Equilíbrio

Mesmo que você seja fluente em outras línguas, seu cérebro prefere o idioma materno

Nova pesquisa do MIT revela que o cérebro de pessoas que falam diferentes línguas se esforça menos para processar o idioma nativo

Por Nayra Teles

Para os poliglotas, pessoas que falam cinco ou mais idiomas, falar sua língua nativa parece ser mais fácil do que as outras — e não é só achismo. Um novo estudo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) revela que, realmente, o cérebro desses indivíduos se esforça menos para processar a língua materna. As descobertas da pesquisa foram publicadas pela revista Córtex Cerebral.
O nosso cérebro tem uma rede especialmente para processar idiomas. Em poliglotas, a atividade dessa rede é mais forte quando ouvem alguns dos seus idiomas estrangeiros, principalmente aqueles que dominam mais. O nível de atividade também é maior quando ouvem um idioma que não dominam e a mesma rede cerebral usada em tarefas cognitivamente exigentes também é ativada ao ouvir línguas diferentes da nativa.
No entanto, quando escutam sua língua nativa, a atividade foi consideravelmente menor em comparação. A descoberta pode indicar que o cérebro de poliglotas usa menos esforço de processamento para interpretar o idioma materno.

Para conduzir o estudo, os pesquisadores recrutaram 34 pessoas que falavam várias línguas, mas não desde a infância. Essas pessoas foram escaneadas usando ressonância magnética funcional (fMRI) enquanto ouviam trechos de livros em diferentes idiomas, incluindo sua língua nativa e as línguas em que eram altamente, moderadamente e pouco proficientes.

Eles também ouviram idiomas que não falavam, alguns relacionados às línguas que conheciam e outros completamente diferentes. Os trechos de diferentes idiomas são de histórias bíblicas e de “Alice no País das Maravilhas”, já usadas em outros estudos de linguagem pelos pesquisadores.

A equipe de pesquisa pretende explorar o cérebro de poliglotas novamente. Desta vez, uma nova pesquisa deve investigar a rede neural das pessoas que aprenderam múltiplas línguas desde a infância. Além dos casos específicos em que crianças que se mudaram para os Estados Unidos começaram a falar o inglês no mesmo nível do idioma nativo, se tornando menos proficiente nele. O objetivo é entender a ligação entre idade e proficiência dos idiomas.

Fonte: Olhar Digital

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