Novo exame de sangue pode detectar privação de sono de motoristas

Teste criado por cientistas tem 99,2% de precisão e pode detectar se uma pessoa não dormiu por 24 horas ou mais
Por Nayra Teles

Um grupo de pesquisadores da Universidade Monash desenvolveu um exame de sangue que detecta se uma pessoa esteve sem dormir por 24 horas ou mais. O teste é especialmente útil para identificar motoristas com privação de sono que podem colocar vidas em risco devido ao cansaço. Detalhes sobre a pesquisa foram publicados na revista Science Advances.
Com a ajuda de algoritmo de aprendizagem, os cientistas encontraram uma substância que pode identificar a privação do sono. Ela é gerada quando o corpo decompõe alimentos, medicamentos, produtos químicos ou os próprios tecidos.
Em testes, esse biomarcador detectou com 99,2% de precisão quando uma pessoa ficou sem dormir por 24 horas ou mais, comparado com pessoas sem a privação do sono. Quando comparado com amostras de pessoas que dormiram o suficiente, a precisão caiu para 88,1% — o que ainda é um bom resultado.

A equipe de pesquisa espera que o novo teste possa ser utilizado para garantir a segurança de motoristas e para a gestão de saúde. A ideia principal é que o novo exame de sangue seja aplicado de forma semelhante ao bafômetro. Para isso, pretendem realizar experimentos em ambientes menos controlados, de preferência, em condições que possam comprovar que o exame é realmente necessário.

Como pode ser limitado, já que os testes de sangue são menos práticos nas estradas, as próximas investigações vão tentar descobrir também se o biomarcador pode ser detectado por saliva e respiração. Os investigadores acreditam que o novo exame para detectar privação de sono pode ser tão revolucionário quanto o bafômetro foi.

Os testes de álcool foram um divisor de águas na redução de acidentes rodoviários e lesões graves e mortes associadas, e é possível que possamos conseguir o mesmo com a fadiga. Mas ainda é necessário muito trabalho para atingir esse objetivo”, disse Clare Anderson, autora da pesquisa, para o New Atlas.

Fonte: Olhar Digital