Saúde

O que faz a chikungunya ser tão fatal? Estudo responde

Estudo internacional descobriu que o vírus chikungunya faz um “cavalo de troia” para entrar no cérebro e causar danos neurológicos

Por Vitoria Lopes Gomez

Uma a cada mil pessoas diagnosticadas com chikungunya morrem em decorrência do vírus, uma taxa pouco maior do que a dengue. Agora, um estudo que incluiu pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) descobriu os mecanismos biológicos que fazem os casos graves se tornarem fatais: um “cavalo de Troia” que entra no sistema nervoso e ataca o cérebro.
Os pesquisadores Ingra Morales Claro, William Marciel de Souza e a professora Ester Sabino participaram do estudo internacional que investigou os mecanismos biológicos que fazem o vírus chikungunya levar a pessoa infectada à morte.
Ao Jornal da USP, os pesquisadores explicaram que o vírus foi encontrado no sistema nervoso central de pacientes que morreram em decorrência da doença. Eles descobriram que o vírus usa dois mecanismos para chegar ao cérebro. O primeiro é o “cavalo de troia”: assim como na mitologia grega, os monócitos (células do sistema imunológico) são infectados pela chikungunya e adentram o sistema nervoso central. Por lá, eles liberam o vírus, que se dispersa e causa danos neurológicos.

A segunda estratégia é quando o vírus chikungunya infecta células da barreira hematoencefálica (que protegem o sistema nervoso central e o cérebro) ao alterar duas proteínas dessa estrutura. Ela funciona como um filtro, que permite a entrada de oxigênio e nutrientes e impede a entrada de patógenos. Ao infectá-la, o vírus consegue transpassá-la.

Os pesquisadores destacam que a doença pode aparecer em três formas diferentes: aguda, subaguda ou crônica. Na maioria dos casos, os pacientes têm febre alta, dor de cabeça, muscular e nas articulações, e manchas na pele por até três semanas.

Ainda, os sintomas podem durar mais tempo, com febre e dores persistindo por até 90 dias. Se o vírus se espalhar, pode chegar a outros locais do corpo, como olhos, coração e o sistema nervoso. Eles ainda lembram que o estudo ajuda a compreender a doença, essencial para planejar programas de imunização e evitar próximas epidemias.

Fonte: Olhar Digital

Luzimara Fernandes

Luzimara Fernandes

Jornalista MTB 2358-ES

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