Política

“Estamos vivendo um desgoverno”, dispara presidente da CNA que se recusa a falar com Lula

Presidente da entidade, João Martins, criticou o governo e cobrou mais trabalho do Congresso contra o governo

Por Guilherme Grandi

O presidente da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil, João Martins, disse na terça (11) que chegou a ser convidado para conversar com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a agora derrubada medida provisória que restringia a compensação de créditos do PIS/Cofins. Ele, no entanto, recusou o encontro pedido pelo próprio Lula, segundo informou o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan. Martins disse que não quis — e não quer — se encontrar com o petista.

Eu não quero falar com o Lula. Eu me recuso a falar com Lula, porque nós estamos vivendo um desgoverno”, disparou em entrevista ao UOL.

João Martins cobrou o Legislativo a tomar alguma providência contra o governo, afirmando que “está na hora da gente dizer que o País precisa de um plano para poder se desenvolver. O País não pode ficar à mercê do momento que o agro vai bem, o País vai bem”. Para ele, é preciso “darmos um basta nesse governo”.

As declarações ocorreram pouco antes do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), devolver ao governo a medida provisória imposta pelo ministro Fernando Haddad, da Fazenda, para compensar a desoneração da folha de pagamentos. A expectativa do Planalto era arrecadar até R$ 29 bilhões com a tributação que impactaria toda a cadeia produtiva, principalmente alimentos e combustíveis.

A devolução da medida provisória foi negociada ao longo de todo o dia e com o consenso do governo através do líder de Lula na casa, o senador Jaques Wagner (PT-BA), que estava ao lado de Pacheco durante o anúncio. Pouco depois, Haddad reconheceu que a equipe econômica não tem um plano B para compensar a desoneração da folha. “Nós não temos [plano B]. E Nós estamos preocupados porque identificamos fraudes nas compensações de PIS/Cofins.

Vamos ter que construir uma alternativa para combate às fraudes”, comentou.
A interlocutores, Pacheco disse que conversou com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), para tentar encontrar uma alternativa de fonte de recursos para compensar os tributos que deixam de ser arrecadados pelos 17 setores da economia beneficiados pela medida. Apenas neste ano, a desoneração custará R$ 26,3 bilhões aos cofres públicos.

Fonte: Gazeta do Povo

Luzimara Fernandes

Luzimara Fernandes

Jornalista MTB 2358-ES

Related Posts

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

EnglishPortugueseSpanish