Cães são afetados pelo estado emocional do dono, diz estudo
Muita gente adota um pet para ter apoio emocional, mas uma pesquisa diz que é o cachorro que pode ser influenciado pelo humor humano
Estamos acostumados a ver cachorros sendo animais felizes, que alegram um ambiente e demonstram entusiasmo. Quase sempre, ao menos, já que esse otimismo pode ser atenuado pelo estado emocional do seu humano, de acordo com uma nova pesquisa publicada no jornal Scientific Reports.
A ciência possui um termo, chamado de contágio emocional, que se refere à maneira pela qual os sinais olfativos, visuais e auditivos provenientes das pessoas ao nosso redor podem afetar nossos próprios estados emocionais.
O contágio emocional pode ocorrer entre humanos, e provavelmente muitos de nós já tivemos aquela sensação de se sentir desanimado ou pessimista após estar na convivência de alguém muito negativo por um tempo.
Cachorros também podem sofrer desse fenômeno. A ciência já descobriu que os cães também são propensos a um certo grau de contágio emocional por parte dos humanos. Mas um novo estudo da Universidade de Bristol, no Reino Unido, tentou ir mais a fundo no assunto.
Uma equipe de pesquisa decidiu avaliar o grau de otimismo ou pessimismo de um cão após cheirar odores de suor e amostras de hálito coletadas de humanos em dois estados. O primeiro grupo tinha humanos que estavam em um estado de estresse (induzido pela necessidade de completar um teste aritmético), enquanto outro reuniu humanos em um estado relaxado (induzido pela audição de paisagens sonoras).
Como descobrir se o emocional dos humanos afeta os cães
- Como os cães não conseguem autorrelatar o seu grau de otimismo ou pessimismo, os pesquisadores criaram um método para descobrir.
- Eles colocaram duas tigelas em uma sala. Em um local a tigela sempre tinha uma guloseima, enquanto no outro estava vazia.
- Depois que os cães aprenderam a preferir a tigela que continha a guloseima, os cientistas os expuseram a diferentes odores estressantes ou calmos e os colocaram de volta na mesma sala.
- Desta vez, porém, uma terceira tigela foi adicionada entre as duas com as quais eles já estavam familiarizados.
- Se os cães se aproximassem rapidamente da terceira tigela, isso era visto como um sinal de otimismo, como em: “Nossa, tem outra tigela aqui; deve ter uma guloseima!”.
- Se, no entanto, o cachorro se aproximasse da tigela mais lentamente, isso era visto como um sinal de pessimismo, como em: “Ah, nada de bom acontece comigo, então não preciso desperdiçar energia correndo para uma tigela que provavelmente está vazia”.
Quando os cães cheiraram os odores dos humanos relaxados pela primeira vez antes de entrar na sala, eles se aproximaram da terceira tigela mais rapidamente e, portanto, com mais otimismo. Quando cheiraram os odores estressantes antes de investigar a sala, fizeram uma abordagem muito mais lenta à terceira tigela, o que os pesquisadores consideraram uma mentalidade pessimista.
Um total de 18 cachorros estiveram envolvidos no estudo, representando uma variedade de cães de raça pura e sem raça definida. Os pesquisadores alegam que o estudo pode ajudar no treinamento e no cuidado aos animais.
Fonte: Olhar Digital