Paleo & Arqueologia

Arqueólogos encontram evidências de guerra biológica há 800 anos

Arqueólogos afirmam que o cadáver do “Homem do Poço” contaminou a água do castelo do Rei Sverre Sigurdsson, na guerra civil norueguesa, há mais de 800 anos

Por Pablo Nogueira

Arqueólogos identificaram evidências em DNA de um cadáver e confirmaram uma guerra biológica ocorrida na Noruega há mais de 800 anos. A histórica saga Sverris, cuja narrativa envolve um cerco durante a guerra civil norueguesa, entre 1130 e 1240, descreve como um cadáver foi usado como arma biológica, segundo os arqueólogos.
De acordo com um estudo publicado no último dia 25, os arqueólogos afirmam que o cadáver do “Homem do Poço” contaminou a água do castelo do Rei Sverre Sigurdsson, uma evidência de guerra biológica há mais de 800 anos. A tese foi confirmada após análises do DNA do “Homem do Poço”, cujos restos foram descobertos em 1938 nas ruínas do castelo de Sverresborg. No entanto, devido às limitações da época, os arqueólogos só conseguiram registrar a descoberta em fotos.

Além disso, o início da Segunda Guerra Mundial, no ano seguinte, atrasou ainda mais as investigações. Em 2016, arqueólogos realizaram a exumação do corpo, descobrindo que o homem morreu brutalmente. Contudo, apenas neste ano, arqueólogos do Instituto de Pesquisa de Herança Cultural da Noruega conseguiram analisar o DNA do “Homem do Poço” através de radiocarbono.

As análises revelaram que as características físicas do “Homem do Poço” e sua origem, no sul da Noruega, local onde surgiu a facção Bagler, que supostamente utilizou o cadáver como arma biológica na guerra civil há 800 anos. A descoberta dos arqueólogos noruegueses, além de confirmar uma narrativa histórica, também revela a violência das guerras medievais. O uso de um cadáver para contaminar água mostra como a guerra afeta os combatentes.

Além disso, segundo Michael Martin, este é o caso mais antigo de recuperação de análise de genoma de um indivíduo específico mencionado em textos antigos. Segundo Martin, a técnica de gerar informações genômicas de restos de esqueletos antigos pode fornecer detalhes surpreendentes sobre pessoas e lugares.

Tais detalhes não estão presentes no texto original. Por isso, os dados genéticos enriquecem a história e oferecem uma forma de separar o fato de ficção”, afirma o cientista.

(Foto: Instituto de Pesquisa de Herança Cultural da Noruega/Divulgação)

Fonte: Giz Brasil

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