Cientistas criam chocolate que ajuda a regular o intestino

Segundo os cientistas, o resultado foi um chocolate mais saudável, mas que continuou saboroso
Por Pablo Nogueira
Apesar de ser um dos doces mais amados do planeta, o chocolate não possui muitos benefícios ao intestino. Na verdade, o chocolate amargo, pela alta concentração de cacau, é considerado saudável e oferece alguns benefícios, como antioxidantes que combatem a danificação das células.
Recentemente, cientistas ao redor do mundo tentam encontrar soluções para tornar o chocolate mais saudável — mas sem deixar de ser gostoso. Aliás, muitas dessas pesquisas são financiadas por grandes marcas de chocolates, como a suíça Lindt, que desenvolve um método de produção mais sustentável e sem açúcar.
Agora, cientistas pretendem ampliar o vínculo entre comer chocolate e os benefícios à saúde, adicionando probióticos — as bactérias que oferecem benefícios gastrointestinais — e também os prebióticos. Os prebióticos são fibras presentes em alimentos que auxiliam os probióticos a crescerem. Em um estudo publicado no final de fevereiro, cientistas indianos criaram cinco receitas, detalhando como esse processo simbiótico pode tornar o chocolate mais saudável, com benefícios ao sistema digestivo.
Os probióticos são duas bactérias vivas, o La-14 e o Lactobacillus rhamnosus GG. Ambos são reconhecidamente efetivos na proteção intestinal, com o La-14 presente em vários produtos para o público intolerante à lactose. Os cientistas uniram as duas bactérias para trazer os benefícios à saúde intestinal, mas como eles garantem que o chocolate continuaria gostoso? Esta tarefa fica por conta dos prebióticos, que os cientistas usaram de fontes como mel, laranja, milho e canela.
Benefícios ao intestino de chocolate mais saudável
Alguns resultados foram esperados, como os níveis de gordura, que se mantiveram consistentes em todas as cinco receitas. No entanto, algumas receitas apresentaram mudanças significativas. O chocolate com prebiótico de laranja, por exemplo, apresentou maior umidade e mais proteínas, bem como menor índice de pH. Por outro lado, os chocolates com probióticos ampliaram as propriedades antioxidantes em relação à amostra de controle.
O resultado mais impressionante, no entanto, foi a duração dos probióticos. Os cinco chocolates permaneceram microbiologicamente viáveis por 125 dias. Esse tempo é maior que todas as outras tentativas científicas de criar receitas de chocolate com probióticos. Sobre o sabor, os cientistas não conduziram um estudo de larga escala, mas experimentaram o chocolate e ficaram impressionados com os resultados.
Pessoalmente, nós gostamos mais do chocolate com infusão de prebióticos de laranja porque os vibrantes sabores cítricos se complementam ao cacau, além de apresentar uma textura mais suave”, afirmou Smriti Gaur, coautor do estudo.
O principal desafio em usar probióticos em chocolates é manter o sabor, algo que tentativas anteriores não conseguiram porque algumas leveduras podem tornar o chocolate amargo. Além disso, outro problema é a adoção desse novo tipo de chocolate que iria se comercializar como saudável e com benefícios ao intestino em vez de apenas um doce saboroso. Este último é um dos focos dos cientistas.
No futuro, vamos explorar os benefícios adicionais à saúde desses chocolates e investigaremos de maneira minuciosa seus respectivos perfis sensoriais e nutricionais para criar uma guloseima ainda mais saborosa”, afirmam os cientistas.
Fonte: Giz Brasil