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“Saber de cor”: conheça a origem inusitada da expressão

De cor e salteado! Se você vive dizendo isso mas não faz ideia da origem, a gente te conta

Nelson Gonçalves cantou “naquela mesa ele contava histórias que hoje na memória eu guardo e sei de cor”, enquanto Marília Mendonça declara que “enquanto cê tá indo eu tô voltando e todo esse caminho eu sei de cor”. Mas afinal, será que eles e todos os falantes de língua portuguesa sabem de cor o que quer dizer essa expressão misteriosa?
A verdade é que ela não é nada intuitiva. Para começo de conversa, a pronúncia da palavra “cor” já confunde: não se diz “côr” (como usamos para nos referir ao vermelho ou azul), e sim “cór”. A palavra, com essa pronuncia, aparece única e exclusivamente nesta expressão em Língua Portuguesa.

A explicação está em um outro idioma, o francês. Essa expressão também existe por lá — e há teorias de que, na verdade, foram os franceses que a inventaram. Fica assim: savoir par coeur, em tradução livre “saber de coração”. É aí que mora a charada! A pronúncia de “coeur” soa mais ou menos como “cóor” — o que, em português, assimilamos como “cór”. Ou seja, quando dizemos “saber de cor”, estamos dizendo “saber de coração”. Em outros idiomas a tradução foi mais literal — como “to know by heart”, em inglês.

Por que “saber de coração”?
Solucionado o primeiro mistério, você deve estar se perguntando: o que é, afinal, saber algo de coração? Por que associamos essa expressão a uma recordação muito precisa?

No programa “A Nossa Língua de Todo dia”, da CBN, o professor Pasquale explica que existem duas teorias. A primeira é que, antigamente, acreditava-se que o órgão responsável pelo raciocínio e pensamento era o coração, e não o cérebro. “A memória, portanto, ficava no coração”, explica. Segundo ele, isso só começou a mudar no século 19, quando se entendeu que o cérebro que pensa e sabe.

A outra teoria é mais subjetiva — e até romântica. Segundo ela, o coração é quem guarda as recordações e os sentimentos mais profundos, ou seja, o que realmente nos marca fica cravado nele. Sabemos de coração.

Fonte: Guia do Estudante

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