Antas são localizadas na Caatinga após 13 anos consideradas extintas no bioma

Animais se espalham por regiões de Bahia, Piauí e norte de Minas Gerais, com dois grupos em cada uma das localidades, afirma pesquisadoras
Em busca da anta perdida, como divulgaram nas redes sociais durante sua expedição, pesquisadoras da Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta Brasileira (Incab-IPÊ) reuniram evidências de que o maior mamífero terrestre do Brasil habita a Caatinga, bioma onde era considerado extinto havia 13 anos.
As pegadas dos animais e também imagens de armadilhas fotográficas foram registradas durante as expedições, podendo-se definir seis populações de antas, espalhadas por regiões de Bahia, Piauí e norte de Minas Gerais, com dois grupos em cada uma das localidades.
De acordo com as pesquisadoras que fizeram parte da expedição, os animais encontrados são residentes, e não indivíduos apenas de passagem pelo bioma, destacou o portal O Eco. Foram três anos de viagens programadas desde 2023 para chegar à descoberta de que a anta não está “regionalmente extinta” na Caatinga, como foi considerada. Em 2012, a espécie foi declarada extinta no bioma com base em pouquíssimos dados existentes na época, observa o grupo, em nota.
Uma extinção local, para qualquer espécie, é uma situação muito séria.
Declínios populacionais e extinções locais apontam para o comprometimento do estado de conservação de uma dada espécie. Os dados coletados durante as nossas expedições em 2023, 2024 e 2025 trouxeram evidências robustas de que a anta não está extinta na Caatinga. Sabemos que devem ter ocorrido declínios populacionais importantes, mas tudo aponta para a anta nunca ter se extinguido de fato na região”, declara Patrícia Médici, coordenadora da Incab-IPÊ.
Após anos de entrevistas com moradores locais e investigações em busca de indícios deixados pelas antas, a expedição de 2025 trouxe informações consistentes sobre as populações atuais desse animal no norte de Minas Gerais, oeste da Bahia e sul do Piauí, bem como as principais ameaças sofridas, algo evidente em todas as expedições: caça, fogo e crise climática.
Em 2023, olhamos para a Caatinga de maneira geral e acabamos conseguindo relatos históricos do animal na região. No final de 2023, por meio dos contatos que fizemos durante a expedição, descobrimos alguns locais na Bahia e Piauí que poderiam ter anta atualmente e isso nos levou para a expedição de 2024. Este ano, aprofundamos ainda mais as investigações em áreas que ficamos com uma pulga atrás da orelha no ano passado”, comenta a pesquisadora Raquel Alves, que fez registros fotográficos das expedições.
Fonte: Um Só Planeta