Da série Adolescência: impacto das redes sociais

A série Adolescência mostra os riscos das redes sociais para os jovens oferecendo uma narrativa intensa e imersiva nesse contexto
As redes sociais têm impactado uma grande parte dos adolescentes sendo integrante da vida moderna, conectando-os a pessoas em todo o mundo e proporcionando maneiras de compartilhar experiências, ideias e opiniões. No entanto, o uso exacerbado e inadequado das redes sociais tem despertado preocupações crescentes sobre seu impacto na saúde mental dos adolescentes. A série Adolescência mostra os riscos das redes sociais para os jovens oferecendo uma narrativa intensa e imersiva nesse contexto.
A cultura digital está reconfigurando a construção emocional e psicológica de uma geração inteira e escancara um problema que governos e big techs preferem não olhar com mais atenção: o ambiente on-line, sem mediação ou regulação, pode ser profundamente nocivo para crianças e adolescentes. A inteligência negativa influenciada por ideologias misóginas que são encontradas na internet reflete o mundo obscuro moderno que muitas famílias enfrentam.
O acesso irrestrito a conteúdos tóxicos, a normalização da violência e a construção de comunidades que são extremistas nos cantos escuros da internet não são mais possibilidades distópicas. São realidades cotidianas de muitas famílias. Diante de tantos dados alarmantes, o que observamos são algumas notas vazias, termos de uso negligentes e resistência sistemática à regulação.
A resposta padrão é sempre a mesma: estamos comprometidos com a segurança dos nossos usuários enquanto os algoritmos seguem operando no escuro. Não podemos esperar que essas empresas mudem por vontade própria. Então, como proteger seus filhos em um ambiente desenhado para capturá-los? No ambiente familiar precisam ser trabalhadas essas questões, o que influencia a vida de adolescentes e causa eventuais consequências severas. O tema em si não é novo. O que muda é o formato. Será um clichê?
As famílias podem e devem encorajar os adolescentes a desenvolverem uma visão crítica sobre o que estão acompanhando, que os faça questionar sempre a autenticidade por trás das postagens e reconhecer que as redes sociais, frequentemente, retratam apenas um aspecto cuidadosamente selecionado da vida de alguém.
Um estudo recente, realizado pela Common Sense Media, nos Estados Unidos, constatou que os adolescentes consultam seus telefones, em média, mais de 100 vezes por dia. Durante o dia, também se observou que a maioria dos participantes que fazia parte do estudo recebeu mais de 237 notificações em seus celulares, destacando o uso desenfreado entre essa população. O tempo indicado de uso varia, mas recomenda-se que os adolescentes não ultrapassem duas horas por dia diante das telas, a fim de garantir um equilíbrio entre a vida on-line e off-line.
Assim, as mídias assumem um papel de suprir essas necessidades e permitem aos jovens se conectarem com o mundo de uma forma facilitada. No entanto, toda essa conectividade pode ser um estímulo negativo para àqueles que já lidam com questões emocionais e psicológicas e não recebem nenhum tipo de apoio.
Para um uso mais saudável desses ambientes virtuais, recomendamos que os pais controlem o uso, estabelecendo limites claros e promovendo a comunicação aberta sobre experiências on-line. Dialogar é o melhor caminho com os adolescentes instruindo sobre os canais que ele utiliza e o que está ocorrendo, acompanhando de perto. Tudo isso é muito importante, mas, claro, dando-lhes, também, liberdade vigiada.
Entendemos também o lado benéfico da rede social, é importante salientar que, apesar desses fatores, internet podem oferecer para os adolescentes outros interesses positivos. Através dela, é possível estabelecer conexões sociais, compartilhar experiências, encontrar apoio emocional em outros jovens que enfrentam as mesmas situações, trocar vivências, estudar e se preparar para o tão temido vestibular, pode proporcionar um espaço para expressão criativa e conexão com comunidades que compartilham interesses semelhantes. Por isso, o seu uso não precisa ser totalmente restrito. Nessa perspectiva, o uso das redes sociais é um desafio e preocupação social, principalmente por nossos adolescentes estarem susceptíveis às consequências desencadeadas pela exposição excessiva às redes sociais. Os adolescentes apresentam uma autoestima que é passível a influências podendo ser baixas e altas. Entretanto, o uso exagerado pode interferir na saúde mental e levar a sintomas de depressão e baixa autoestima, sendo observado, no público feminino, o mais vulnerável nessa questão.