Saúde

Injeções de ouro nos olhos podem reverter cegueira

Além de ter apresentado resultados promissores em testes feitos com camundongos, o novo tratamento contra a cegueira se mostrou seguro

Por Alessandro Di Lorenzo

Pesquisadores da Universidade Brown, nos Estados Unidos, apresentaram um novo método que pode reverter a cegueira causada pela degeneração macular relacionada à idade (DMRI). A técnica também pode servir como aliada contra outros problemas oculares.
Segundo a equipe, isso seria possível a partir da injeção de nanopartículas de ouro na retina do paciente. Além de ter apresentado resultados promissores em testes feitos com camundongos, o novo tratamento se mostrou seguro. Durante os testes, os cientistas injetaram a solução na cavidade ocular de camundongos com danos na retina e usaram um laser adaptado para a estimulação das nanopartículas. Por meio de sondas especiais, eles confirmaram que o processo gerou atividade cerebral no córtex visual dos animais.

O resultado indica que a informação visual estava chegando ao cérebro e sendo processada lá, o que não acontecia anteriormente. Em outras palavras, houve a reversão da cegueira, pelo menos em parte, o que demonstra o potencial do tratamento.

Os pesquisadores ainda destacam que não foram identificados efeitos colaterais graves, sendo o processo totalmente seguro. Outra vantagem é que a terapia com nanopartículas de ouro não depende de cirurgia ou de implantes, sendo menos invasiva. O próximo passo é testar o tratamento em humanos, o que ainda não tem data para acontecer.

O novo método utiliza pedaços microscópicos de ouro, milhares de vezes mais finos que um fio de cabelo humano. Eles são misturados com anticorpos e esta combinação é injetada na câmara vítrea, que fica entre o cristalino e a retina. Ela tem papel essencial na manutenção da forma do olho e na transmissão da luz.

Depois, um pequeno dispositivo a laser aquece levemente as nanopartículas de ouro, estimulando a ativação de células oculares específicas. Os pesquisadores afirmam que o processo imita a estimulação natural dos pulsos fotorreceptores e tem potencial para restaurar a visão perdida. As conclusões foram descritas em estudo publicado na revista ACS Nano.

Fonte: Olhar Digital

Luzimara Fernandes

Luzimara Fernandes

Jornalista MTB 2358-ES

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