Meio ambiente

Filhotes de leão reaparecem na África após décadas

Registro inédito de três bebês com uma leoa marca avanço da conservação de grandes felinos na República Centro-Africana

Por Gabriel Marin de Oliveira

Pela primeira vez em décadas, pesquisadores registraram imagens de três filhotes de leão no Parque Nacional Bamingui-Bangoran, no nordeste da República Centro-Africana (RCA). Os vídeos, captados por câmeras de monitoramento, mostram os pequenos ao lado de uma leoa, evidenciando que a população de leões da região está se recuperando.
Segundo a Wildlife Conservation Society (WCS), a presença dos filhotes é resultado direto de anos de esforços de proteção. “Este é o resultado de anos de proteção e paciência incansáveis”, afirmou Armand Luh Mfone, diretor de Programas da WCS, ao site IFLScience. Ele destacou ainda que o governo da RCA e seus parceiros enfrentaram caça ilegal e conflitos humanos para preservar o ecossistema.

Durante muito tempo, apenas machos foram avistados na área, o que levantou sérias preocupações sobre o futuro da espécie no país. Em 2019, uma fêmea chegou a ser observada, mas só em agosto deste ano os especialistas confirmaram novamente a presença de uma leoa. O detalhe que chamou atenção foi o fato de ela estar amamentando, sinal claro de reprodução ativa.

Monitoramento
Para monitorar a leoa sem causar impacto no ambiente, os pesquisadores combinaram imagens de satélite, conhecimento de campo e estudos de comportamento dos felinos. “Instalamos câmeras em estradas e trilhas que levavam a locais estratégicos, mas evitamos possíveis tocas para não perturbar os filhotes. Depois de semanas de espera, nosso plano finalmente deu certo”, explicou John Guernier, diretor do Parque Nacional Bamingui-Bangoran.
Os registros confirmaram a existência de três filhotes com cerca de quatro meses de idade, considerados um marco para a conservação.

Os três filhotes mostram o que é possível quando os habitats permanecem intactos e a conservação é persistente”, destacou Luke Hunter, diretor-executivo do Programa de Grandes Felinos da WCS.

Hunter acrescentou que a presença da ninhada é um sinal promissor: “onde há uma leoa, é quase certo que haverá mais. Se tivermos sucesso, daqui a muitos anos os descendentes desses filhotes farão parte de uma população próspera e protegida, com centenas de indivíduos”.

Fonte: Aventuras na História

Luzimara Fernandes

Luzimara Fernandes

Jornalista MTB 2358-ES

Related Posts

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

EnglishPortugueseSpanish