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Tarsila do Amaral, a icônica pintora que protagonizou a arte modernista no Brasil

Nascida em 1.º de setembro de 1886, Tarsila foi uma das figuras mais importantes da história da arte brasileira

Por Giovanna Gomes

Tarsila do Amaral, uma das mais renomadas pintoras brasileiras, foi protagonista do modernismo no país e referência internacional na arte do século 20. Conhecida pelo uso de cores vibrantes e temas nacionais, a artista, nascida em 1.º de setembro de 1886, em Capivari, interior de São Paulo, deixou um legado que transformaria a identidade cultural do Brasil.
Filha do fazendeiro José Estanislau do Amaral e de Lydia Dias de Aguiar do Amaral, Tarsila estudou no Colégio Sion, em São Paulo, antes de se mudar para Barcelona, onde pintou sua primeira tela, que recebeu o título de ‘Sagrado Coração de Jesus’ (1904). Ao voltar, casou-se com André Teixeira Pinto e teve a filha Dulce. A união, porém, terminaria alguns anos depois. Foi então que veio a decisão de dedicar-se às artes.

Durante seus estudos, a pintora conheceu figuras ilustres do meio artístico. Em 1918, deu início aos seus estudos com escultura e desenho no ateliê de Pedro Alexandrino, onde conheceu Anita Malfatti. Dois anos depois, partiu para Paris, onde frequentou a Académie Julian e o ateliê de Émile Renard. De volta ao Brasil em 1922 por ocasião da Semana de Arte Moderna, foi apresentada pela amiga Anita a Oswald de AndradeMário de Andrade e Menotti Del Picchia. Estava, portanto, formado o célebre “Grupo dos Cinco”.

Em pouco tempo, Tarsila e Oswald iniciariam um relacionamento romântico. Os dois se encontravam em Paris quando, em 1923, a pintora conheceu o poeta Blaise Cendrars, que abriu-lhe portas para a vanguarda artística francesa. Foi discípula de Fernand LégerLhote e Gleizes, absorvendo as lições do cubismo. Sua tela A Negra encantou Léger e marcou sua entrada na história da arte moderna brasileira.

Inspirada pelas cores que redescobriu em Minas Gerais, Tarsila desenvolveu a fase “Pau-Brasil”, marcada por obras como Carnaval em Madureira e Morro da Favela. Em 1928, criou Abaporu como presente de aniversário a Oswald, dando origem ao Manifesto Antropofágico e ao movimento que buscava transformar a cultura europeia em algo autenticamente brasileiro.

Após a crise de 1929 e a separação de OswaldTarsila viveu um período de mudanças. Aproximou-se do comunismo durante seu relacionamento com o médico Osório Cesar, viajou a Moscou e, de volta ao Brasil, foi presa por um mês devido a ligações com o Partido Comunista. Daí nasceu sua fase social, com telas emblemáticas como Operários (1933). Mais tarde, retomou temas ligados ao “Pau-Brasil”, conciliando o popular e o moderno.

Ao longo da vida, a artista expôs em Paris, Moscou, Veneza e nas Bienais de São Paulo, consolidando-se como a maior pintora modernista brasileira. Embora tenha sofrido perdas dolorosas, como a morte da filha Dulce, em 1966, e da neta Beatriz, em 1949, seguiu ativa até os últimos anos. Ela faleceu em janeiro de 1973, deixando um legado único. Com suas cores vibrantes, figuras simbólicas e olhar inovador, cumpriu o que dizia ser seu desejo maior: “ser a pintora do Brasil”.

Fonte: Aventuras na História

Luzimara Fernandes

Luzimara Fernandes

Jornalista MTB 2358-ES

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