Política

A Semana no Brasil e no Mundo — Governo Lula avalia prestar apoio a famílias de mortos em megaoperação no Rio

O governo federal, por meio do Ministério dos Direitos Humanos, avalia a possibilidade de prestar assistência às famílias dos 117 suspeitos mortos durante a megaoperação policial deflagrada pelo governo do Rio de Janeiro na zona norte da capital fluminense. A ofensiva ocorreu nos complexos da Penha e do Alemão e foi liderada pela gestão do governador Cláudio Castro (PL).
A ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, defendeu publicamente o apoio da União aos familiares das vítimas, e se reuniu com moradores da região na última quinta-feira (30), classificando a operação como “um fracasso”. A agenda também contou com a presença da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.

Apesar do posicionamento da pasta, o Palácio do Planalto trata o tema com cautela. Assessores presidenciais avaliam que um eventual envolvimento direto do governo federal na questão pode alimentar uma narrativa prejudicial à imagem de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), especialmente em meio à crescente pressão pública por medidas mais duras no combate ao crime organizado. O receio no entorno de Lula é de que a concessão de qualquer benefício ou auxílio às famílias dos mortos seja interpretada como um gesto de simpatia com o tráfico, reforçando uma ‘suposta leniência’ da administração federal com organizações criminosas.

Segundo fontes do governo, o cenário mais provável hoje é que a União se abstenha de prestar assistência direta às famílias, deixando a responsabilidade ao governo estadual, que conduziu a operação. A avaliação interna é de que qualquer iniciativa nesse sentido deveria partir da gestão de Cláudio Castro, uma vez que foi ele quem determinou a incursão policial.

A operação, batizada de “Contenção”, resultou na morte de quatro agentes de segurança e 117 civis. De acordo com informações divulgadas pela Polícia Civil, 95% dos mortos teriam algum tipo de vínculo comprovado com o Comando Vermelho, facção criminosa que atua no estado. Governadores como Cláudio Castro vêm cobrando maior presença da União no enfrentamento ao crime organizado, enquanto o Planalto busca equilibrar o discurso de combate à criminalidade com a agenda de direitos humanos. (Fonte: Hora Brasília)


Trump diz que Maduro ‘está com os dias contados’

(Foto: ChatGPT)

Em um dos mais duros recados já direcionados ao regime chavista, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou, no último domingo (2) que o ditador venezuelano Nicolás Maduro “está com os dias contados”. A declaração, feita durante entrevista à CBS News, intensifica a tensão diplomática entre os dois países e reforça o tom beligerante adotado pela Casa Branca contra Caracas.

Eles [o regime venezuelano] têm nos tratado muito mal, não só em relação às drogas — despejaram centenas de milhares de pessoas em nosso país, pessoas das prisões. Eles esvaziaram suas cadeias em nosso território. ‘Maduro está com os dias contados?’, eu diria que sim. Acho que sim”, disse Trump.

A fala do presidente ocorre dias após o envio de forças navais norte-americanas ao Caribe, além da autorização para a CIA conduzir “ações letais” em território venezuelano. Segundo fontes da Casa Branca, as medidas são justificadas por supostas ligações do regime de Maduro com o narcotráfico internacional e o envio de prisioneiros venezuelanos para cruzar a fronteira sul dos EUA.

O Departamento de Defesa dos EUA confirmou o deslocamento do porta-aviões Gerald R. Ford, o maior do mundo em operação, para uma posição estratégica próximo às costas venezuelanas. A embarcação integra o Carrier Strike Group, que também conta com destróieres, navios de apoio e caças F-35. Além disso, bombardeios e interceptações têm sido registrados em embarcações que trafegam pelo Caribe e Oceano Pacífico sob alegação de combate ao narcotráfico.

A retórica de Trump se alinha a ações militares de crescente agressividade. Desde agosto, 50 pessoas já morreram em bombardeios ordenados por Washington, segundo agências internacionais. O governo norte-americano sustenta que os mortos eram “narcoterroristas”, mas não apresentou provas públicas que sustentem a acusação. Um assessor da Casa Branca ouvido pela AFP disse que o presidente está convencido de que “é hora de encerrar o ciclo Maduro” e garantir uma transição política na Venezuela, ainda que por vias não convencionais.

O cerco está fechado. A pressão diplomática, econômica e militar está chegando ao limite. Se Maduro não sair, ele será removido”, declarou um alto funcionário sob condição de anonimato.

O governo de Nicolás Maduro classificou as declarações como uma “ameaça direta à soberania venezuelana” e denunciou os EUA na ONU por “ações hostis que configuram um ato de guerra”. O ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, afirmou que as Forças Armadas Bolivarianas estão em alerta máximo e preparadas para “responder a qualquer incursão estrangeira”. (Fonte: Hora Brasília)


Ministério Público pede cassação e inelegibilidade de Cláudio Castro por ‘abuso de poder político e econômico’

(Foto: Getty Images)

A Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE) pediu, na terça-feira (5), a cassação do mandato e a inelegibilidade por oito anos do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), e do presidente da Assembleia Legislativa, Rodrigo Bacellar (União Brasil), durante o julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ambos são acusados de usar a Fundação Ceperj e a Uerj para contratar milhares de pessoas com dinheiro público e fins eleitorais nas eleições de 2022.

O vice-procurador-geral Eleitoral, Alexandre Espinosa, afirmou que as investigações comprovaram um esquema de contratações irregulares que serviram para ampliar a base política de Castro. Segundo ele, houve um “método estruturado, com notório objetivo político-eleitoral” para influenciar o pleito, configurando abuso de poder político e econômico.

As irregularidades julgadas pelo TRE evidenciam um método estruturado, com notório objetivo político-eleitoral, para promover as pretensas candidaturas, afirmou Espinosa durante sustentação oral. “Os fatos mostram que os investigados descentralizaram recursos públicos e usaram entidades desvinculadas da administração direta para consolidar apoio político e ampliar seu poder de influência eleitoral”.

De acordo com o Ministério Público, 28 mil pessoas foram contratadas em ano eleitoral por meio de repasses à Fundação Ceperj e à Uerj, com pagamentos feitos em dinheiro vivo. O modelo de remuneração, segundo a PGE, foi utilizado para mascarar a origem dos recursos e distribuir cargos e benefícios a aliados e cabos eleitorais em várias regiões do estado. “O contexto fático indica que os investigados se dedicaram a adotar uma série de condutas planejadas para influenciar o processo eleitoral de 2022, consolidando aporte de recursos públicos e contratações em larga escala”, disse Espinosa.

O procurador pediu que o TSE reconheça a prática de abuso de poder político e econômico e casse os diplomas dos envolvidos, preservando apenas o vice-governador, que já assumiu cargo no Tribunal de Contas do Estado. A chapa de Cláudio Castro havia sido absolvida no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) por 4 votos a 3, em julgamento apertado. O Ministério Público recorreu, sustentando que a decisão anterior reconheceu as irregularidades, mas não lhes atribuiu o peso devido. “A apertada maioria obtida por Castro no TRE não significa o não reconhecimento das irregularidades. As provas demonstram a participação de cada envolvido e o benefício eleitoral direto ao governador, reforçou Espinosa.
A defesa de Castro nega qualquer irregularidade e alega que as contratações tinham caráter técnico e administrativo, sem ligação eleitoral. O governador não se pronunciou publicamente sobre o julgamento, mas aliados classificam a ação como “perseguição política”.

Se o TSE acatar o pedido da PGE, Castro perde o mandato e fica inelegível até 2030. O presidente do Tribunal de Justiça do Rio, desembargador Ricardo Couto de Castro, assumiria o governo interinamente até a convocação de novas eleições. Pela legislação, se a cassação ocorrer a mais de seis meses do fim do mandato, o pleito será direto; caso contrário, indireto, com voto dos deputados estaduais. (Fonte: Hora Brasília)


Na contramão do Brasil, Argentina e Paraguai miram CV e PCC na designação como organizações terroristas

(Foto: Divulgação/Presidências da República)

Por Raul Holderf Nascimento
Enquanto o governo brasileiro se recusa a classificar o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC) como organizações terroristas, Argentina e Paraguai avançam em direção oposta. Ambos os países anunciaram nesta semana medidas formais para enquadrar as facções de origem brasileira sob a legislação antiterrorismo, com base em crimes transnacionais e na crescente ameaça à segurança regional.

Na Argentina, a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, confirmou a inclusão dos dois grupos no Registro de Pessoas e Entidades Vinculadas a Atos de Terrorismo (Repet). A medida enquadra o PCC e o CV como organizações narcoterroristas, permitindo o bloqueio de bens, rastreamento de fluxos financeiros e cooperação direta com outros países para o combate a crimes de fronteira.

Bullrich explicou que as facções já constam formalmente do registro há cerca de um mês e que a atualização pública está em andamento. Segundo ela, há 39 brasileiros presos na Argentina, entre eles cinco ligados ao CV e sete ou oito ao PCC, todos sob vigilância especial para evitar articulações internas. Em declaração paralela, o ministro da Defesa, Luis Petri, defendeu o uso das Forças Armadas na proteção de fronteiras, ressaltando que é necessário exercer todo o poder que o Estado tem para conter a entrada de criminosos.

No Paraguai, o ministro do Interior, Enrique Riera, confirmou que o país classificará oficialmente o CV e o PCC como organizações terroristas. A decisão, segundo ele, será formalizada por meio de resolução do Poder Executivo. “Esta declaração facilita o nosso trabalho. Se caírem aqui, as penas por terrorismo são substancialmente maiores do que as penas por crimes comuns”, declarou Riera.

A medida integra uma estratégia de cooperação regional de segurança diante da expansão das facções na fronteira. O PCC mantém presença em Pedro Juan Caballero, enquanto o Comando Vermelho tenta avançar na região do Alto Paraná, próximo ao território brasileiro. O novo enquadramento permitirá ao governo paraguaio acionar mecanismos internacionais de controle financeiro e judicial, com direcionamento no desmantelamento das redes criminosas. (Fonte: Conexão Política)


Efeito Lula: dívida bruta do governo sobe para 78,1% do PIB e alcança R$ 9,7 trilhões

(Foto: Getty Images)

A dívida bruta do governo geral (DBGG) atingiu 78,1% do Produto Interno Bruto (PIB) em setembro, segundo dados divulgados pelo Banco Central em 31 de outubro. O resultado representa uma alta de 0,6 ponto percentual em relação a agosto e marca um avanço expressivo desde o início do atual governo. Quando Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tomou posse, em janeiro de 2023, a dívida estava em 71,7% do PIB — o que significa um crescimento de 6,4 pontos percentuais em menos de três anos.

O resultado coloca a dívida próxima dos 80% do PIB, patamar que economistas consideram como zona de alerta fiscal em países emergentes, especialmente em contextos de baixo crescimento e juros elevados. Segundo o relatório Estatísticas Fiscais, o crescimento da dívida em setembro foi puxado por:
✅ Incorporação de juros nominais: +0,8 p.p.;
✅ Emissões líquidas de dívida: +0,3 p.p.;
✅ Valorização cambial: -0,1 p.p.;
✅ Variação do PIB nominal: -0,4 p.p.

No acumulado de 2025, a alta de 1,6 ponto percentual na dívida foi explicada principalmente pelos juros nominais, que adicionaram 6,6 pontos percentuais ao saldo devedor. O crescimento do PIB nominal ajudou a aliviar parcialmente a escalada da dívida, mas não foi suficiente para conter o avanço. Em valores absolutos, o estoque da dívida bruta alcançou R$ 9,7 trilhões, somando os passivos da União, do INSS, e de estados e municípios. O setor público consolidado (União, estados, municípios e estatais) teve um déficit primário de R$ 17,5 bilhões em setembro. Em 12 meses, o déficit primário acumulado foi de R$ 33,2 bilhões.

Quando se incluem os gastos com juros da dívida pública, o resultado nominal é ainda mais preocupante: R$ 102,2 bilhões negativos só em setembro e R$ 1,018 trilhão de déficit nominal em 12 meses. O salto da dívida acontece no momento em que o governo enfrenta críticas pela expansão fiscal desde o início do mandato. Medidas como o aumento de despesas com programas sociais, gastos com pessoal e emendas parlamentares, além de renúncias tributárias e “tarifaços” escondidos por meio de mudanças regulatórias, têm gerado pressões adicionais sobre o Tesouro.

A situação fiscal se agravou apesar da elevação da arrecadação neste ano, puxada principalmente pelo desempenho da Receita Federal. Mesmo com o aumento da receita líquida em setembro (+R$ 58,4 bilhões no acumulado do ano), o ritmo de crescimento das despesas tem sido maior. A deterioração das contas públicas coloca em xeque a credibilidade da nova âncora fiscal, o arcabouço fiscal aprovado em 2023, e aumenta a pressão sobre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que ainda tenta convencer o mercado de que o governo entregará déficit zero em 2026. (Fonte: Hora Brasília)


Socialista radical vence eleições para prefeitura de Nova York

(Foto: Getty Images)

Por Isabella de Paula
O autodeclarado socialista Zohran Mamdani, um dos representantes da ala mais radical do Partido Democrata, venceu as eleições para a Prefeitura de Nova York, segundo projeções divulgadas pela Associated Press. A Junta Eleitoral da cidade registrou uma vantagem de cerca de nove pontos percentuais com mais de 90% dos votos apurados sobre o segundo candidato mais votado, o ex-governador e também democrata Andrew Cuomo, que concorreu como independente e chegou a receber apoio do presidente Donald Trump, mas o rejeitou. Com 91% da apuração concluída, Mamdani estava com 50,4% contra 41,6% de Cuomo.

O socialista, de 34 anos, será o prefeito mais jovem de Nova York desde 1892 e também o primeiro muçulmano. Ele surpreendeu em junho ao vencer Cuomo nas eleições primárias do partido, apesar de não ser um rosto conhecido na política e de sua curta experiência como deputado estadual. Mamdani conquistou os nova-iorquinos com promessas de ônibus e creche gratuitos, moradias acessíveis e uma rede de lojas administradas pela prefeitura com preços baixos para enfrentar o alto custo de vida na cidade. Isso tudo, segundo prometeu, será patrocinado pelo aumento de impostos sobre os mais ricos.

O presidente americano, Donald Trump, o chamou de “lunático comunista” e fez campanha para evitar a chegada do democrata mais radical ao poder, principalmente devido à sua orientação socialista, que também foi um obstáculo inicialmente para alguns líderes da ala moderada dos democratas. Trump, que é nova-iorquino, disse em diferentes ocasiões que cortará verbas da cidade com a vitória de Mamdani. “Como comunista, esta cidade, outrora grandiosa, tem ZERO chances de sucesso ou sobrevivência”, disse o presidente na segunda-feira (3). A vitória do socialista foi impulsionada pelo voto dos jovens, que foram convencidos a votar nessas eleições que ganharam proporções nacionais. Em seu discurso de vitória, o prefeito eleito de Nova York disse: “Nova York continuará sendo uma cidade de imigrantes, uma cidade construída por imigrantes, impulsionada por imigrantes e, a partir desta noite, liderada por um imigrante”, disse ele, que nasceu em Uganda.

O socialista ainda confrontou o presidente Trump ao dizer que “se alguém pode mostrar a uma nação traída por Donald Trump como derrotá-lo, é a cidade que o criou”. Mamdani foi duramente criticado durante a campanha por alguns posicionamentos políticos, como a acusação de que Israel comete “genocídio” contra palestinos em Gaza. Ele disse que cumpriria o mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu se ele pisasse em Nova York. (Fonte: Gazeta do Povo)


Haroldo Filho

Haroldo Filho

Jornalista – DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

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