Bem-estar Comportamento & Equilíbrio

O poder do abraço para o bem-estar e a saúde mental

Muito além do afeto, o abraço libera hormônios do bem-estar, reforça a imunidade e melhora o humor — um gesto simples com efeitos poderosos na saúde física e emocional

Por Isabella Bisordi

Um gesto aparentemente simples, mas capaz de transformar o humor, aliviar o estresse e até salvar vidas: o abraço é muito mais do que uma demonstração de carinho, é um ato de cuidado físico e emocional. Diversos estudos comprovam que o toque afetuoso tem impacto direto na saúde mental, cardiovascular e imunológica, e sua importância começa desde os primeiros dias de vida.
Desde 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o contato pele a pele entre mãe e bebê, conhecido como “método canguru”, seja feito imediatamente após o nascimento. Essa prática estimula o vínculo afetivo, melhora a amamentação, reduz infecções e aumenta as chances de sobrevivência em recém-nascidos prematuros. Ou seja, o abraço é, literalmente, um gesto que salva vidas.

O abraço tem um papel especial em todas as fases da vida. Durante a infância, ele fortalece o desenvolvimento emocional e cognitivo. Estudos mostram que o toque físico constante ajuda a regular emoções, favorece o aprendizado e reduz a insegurança. Na vida adulta, esse mesmo gesto continua sendo uma poderosa ferramenta de regulação emocional. Pesquisas da Harvard Medical School mostram que o abraço estimula a liberação de ocitocina, o chamado “hormônio do amor”, que reduz a ansiedade, melhora o humor e aprofunda os laços afetivos.

Além da ocitocina, o ato de abraçar libera serotonina e dopamina, neurotransmissores associados à felicidade e ao prazer. Ao mesmo tempo, diminui o cortisol, hormônio ligado ao estresse. Essa combinação química gera uma sensação imediata de calma, segurança e pertencimento — especialmente necessária em tempos de tanta desconexão emocional.

Um levantamento publicado no Journal of Behavioral Medicine mostrou que abraços regulares reduzem significativamente os níveis de estresse e protegem o coração. Outro estudo, no Journal of Social and Personal Relationships, revelou que o simples ato de abraçar ou segurar as mãos fortalece os vínculos amorosos e aumenta a satisfação nos relacionamentos.

O abraço também atua como analgésico natural. Pesquisas sugerem que ele pode aliviar dores crônicas, como as causadas por fibromialgia, e contribuir para o fortalecimento do sistema imunológico, estimulando a produção de glóbulos brancos, responsáveis pela defesa do organismo.

Além disso, ajuda a regular o sono, melhora o humor e reforça a sensação de conexão social, o que é essencial para a saúde mental. Em uma sociedade marcada pelo excesso de telas e pela escassez de contato físico, o toque humano é cada vez mais terapêutico. Dizem que um abraço é um remédio para a alma — e, agora, a ciência comprova. Em poucos segundos, esse gesto simples pode reduzir o estresse, equilibrar o corpo e reacender o afeto que nos torna profundamente humanos.

Fonte: Bons Fluidos

Luzimara Fernandes

Luzimara Fernandes

Jornalista MTB 2358-ES

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