Política

Lagoa do Juara pede socorro — Parte II

Na edição anterior, falei que a Lagoa do Juara já foi palco de regata com participação do Álvares Cabral, clube tradicional na modalidade do remo no nosso Estado. Famílias e praticantes de esportes aquáticos marcavam presença aos finais de semana para desfrutarem de sua beleza e de suas águas limpas e calmas. Entretanto, essa descrição idílica ficou no passado haja vista que, hoje, a lagoa serve como depósito de esgoto (domiciliar e industrial) e está totalmente abandonada pelo poder público municipal.
Estou falando de algumas ações atrapalhadas da prefeitura que causou a salinização da água, da poluição causada pelo despejo de esgotos residenciais e industriais e o desmatamento, provocado pela especulação imobiliária. Essas situações, há anos, vêm causando mortandade dos peixes nativos e dando o tiro de misericórdia de um dos nossos mais belos cartões-postais, que deveria ser visto com mais carinho.
Nossa reportagem, com ajuda de Zé Pikira, liderança da região, registrou em fotos, um dos responsáveis, se não o maior, por essa desgraça ambiental, o saneamento básico (ou mais propriamente, a falta dele).
Em 2012, a Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan), no primeiro mandato do atual prefeito, foi vencedora do contrato, quase que bilionário, para implantar o sistema de ampliação, manutenção e operação do Sistema de Esgotamento Sanitário do município. São dezenas de bairros como Lagoa do Juara, Residencial da Lagoa e Jacaraípe, Feu Rosa, Barcelona, Serra Dourada I, II e III, Macafé e Serra Sede, que estão no entorno da Lagoa e que ainda não foram contemplados pela concessionária.

Acredito que, a única justificativa para esse descaso, seja a falta de competência. Recursos de instituições internacionais existem, mas para que sejam utilizados requerem profissionais especializados para elaboração de bons projetos e isso, comprovadamente, a prefeitura esteve carente nesses últimos oito anos. Foi mais cômodo não se envolver e trabalhar em prol da população serrana, pois o mandatário optou por uma gestão medíocre e sem muito a acrescentar.
Apesar de formado em economia, preferiu atuar com a velha e antiga política de manter, sob seu comando, mais de 800 funcionários comissionados afinal, são mais úteis, basta dar férias e estarão de prontidão na campanha do escolhido a seu sucessor.
É esperar para ver!

Haroldo Filho

Haroldo Filho

Jornalista – DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

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