Nova ferramenta pode prever risco de morte de pacientes que aguardam cirurgia cardíaca
O tempo de espera por uma cirurgia cardíaca está associado ao aumento de hospitalizações e risco de morte, no entanto, pesquisadores desenvolveram uma nova ferramenta que pode ajudar a detectar esse risco e priorizar as pessoas que precisam com mais urgência da intervenção cirúrgica.
“Desenvolvemos este modelo de lista de espera para priorizar os pacientes de alto risco que precisam de cirurgia definitiva, melhorar os resultados dos pacientes e reduzir o uso de recursos de saúde”, escreveram os autores. “Nosso modelo pode ser usado para fornecer suporte de decisão para médicos que recomendam e para a equipe de anestesiologia e cirurgia, bem como administradores de saúde, por meio de previsão de risco individualizada e dependente do tempo”.
Publicado no Canadian Medical Association Journal (CMAJ), a pesquisa testou o modelo em 62.375 pacientes com 18 anos ou mais da lista de espera para cirurgia cardíaca. Segundo informações divulgadas pelo Medical Xpress, o resultado apontou que, pacientes do sexo masculino, residentes em áreas urbanas, com sintomas cardíacos mais graves, atendidos em hospitais universitários e aguardando cirurgia para procedimentos específicos, apresentaram o maior risco de morte ou hospitalização.
No total, 3.033 pacientes (4,9%) morreram ou foram hospitalizados enquanto aguardavam a cirurgia.
“A gestão da lista de espera é um desafio contínuo para os sistemas de saúde com financiamento público porque os recursos disponíveis são finitos”, disse a Dra. Louise Sun, do Instituto do Coração da Universidade de Ottawa e da Escola de Epidemiologia e Saúde Pública da Universidade de Ottawa.
“Este desafio tornou-se mais difundido desde o início da pandemia da covid-19, pois muitos procedimentos não emergentes foram adiados para preservar a capacidade do sistema para pacientes com covid-19”.
Para os cientistas, a ferramenta poderá ser usada por uma série de profissionais da área da saúde e poderá ajudar na formulação de novas políticas para esses pacientes, já que com o recurso será possível identificar e priorizar pessoas na fila de espera.
Fonte: Olhar Digital