Ciência

Astrônomos detectam a supernova mais brilhante e energética já observada

Fenômeno é pelo menos duas vezes mais brilhante e enérgico do que qualquer outro evento do tipo já registrado e tem entre 50 e 100 vezes a massa do Sol

Uma equipe de astrônomos liderados por pesquisadores da Universidade de Birmingham, na Inglaterra, detectou a supernova mais brilhante e energética já vista. A descoberta foi publicada em um artigo na última segunda-feira (13) na revista Nature Astronomy.
Uma supernova é um evento astronômico que acontece no fim da vida de alguns tipos de estrelas. Ela é caracterizada por uma explosão muito brilhante que ocorre rapidamente e termina também em um curto período de tempo (semanas ou meses).
O fenômeno identificado pelos pesquisadores é pelo menos duas vezes mais brilhante e mais enérgico do que qualquer outro evento do tipo já registrado. Além disso, os especialistas especulam que a estrela que explodiu em supernova também era extremamente massiva: ela tinha entre 50 e 100 vezes a massa do Sol (normalmente supernovas têm entre 8 e 15 massas solares).
“Podemos medir supernovas usando duas escalas: a energia total da explosão e a quantidade dessa energia que é emitida como luz observável ou radiação”, explica Matt Nicholl, um dos pesquisadores, em comunicado. “Em uma supernova típica, a radiação é inferior a 1% da energia total. Mas na SN2016aps [como foi batizada], descobrimos que a radiação era cinco vezes a energia de explosão de uma supernova de tamanho normal. Essa é a maior luz que já vimos emitida por uma supernova”.
Segundo os cientistas, para ser tão brilhante, a explosão deve ter sido muito mais enérgica do que o habitual. Ao examinar o espectro de luz emitida pelo evento, os especialistas conseguiram provar que a supernova “se alimentou” de uma enorme quantidade de gás existente em seus arredores (chamada de “concha”), o que potencializou a explosão.
“Estrelas com massa extremamente grande sofrem pulsações violentas antes de morrerem, sacudindo a gigantesca concha de gás ao seu redor. Isso pode ser alimentado por um processo chamado instabilidade do par, que tem sido um tópico de especulação para os físicos nos últimos 50 anos”, observa Nicholl. “Se a supernova explodir no momento certo, ela pode alcançar essa concha e liberar uma enorme quantidade de energia na colisão”.
A SN2016aps também intriga os especialistas por sua composição: o gás detectado foi principalmente hidrogênio, o que é incomum em estrelas com o tamanho da que originou a supernova. “Uma explicação é que duas estrelas ligeiramente menos massivas, digamos 60 massas solares, se fundiram antes da explosão. As estrelas de menor massa mantêm seu hidrogênio por mais tempo, enquanto sua massa combinada é alta o suficiente para desencadear a instabilidade do par [e resultar na supernova]”, especula Nicholl.

Fonte: Galileu.com

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