Ciência

Fósseis de macacos de 6,4 milhões de anos são encontrados na China

Ossadas são as mais antigas já descobertas fora do continente africano e indicam como os animais se dispersaram rapidamente pela Europa e pela Ásia

Três fósseis encontrados em uma mina de lignito no sudeste da província de Yunnan, na China, trazem novas informações sobre a origem dos macacos. Com 6,4 milhões de anos, a equipe de pesquisadores acredita que o animal descoberto foi um ancestral da espécie que hoje vive na região. Esses são os fósseis de primatas mais antigos descobertos fora da África.

“É próximo ou realmente o ancestral de muitos dos macacos do Leste Asiático. Uma das coisas mais interessantes do ponto de vista da paleontologia é que esse macaco estava no mesmo lugar e na mesma época que espécies antigas na Ásia”, disse Nina G. Jablonski, professora de Antropologia da Universidade Evan Pugh, dos EUA, em nota.

Segundo os estudos publicados no Journal of Human Evolution, que tiveram colaboração de Xueping Ji, do departamento de paleoantropologia do Instituto de Relíquias e Arqueologia Culturais de Yunnan, foram descobertos a mandíbula e o fêmur pertencentes a um mesmo indivíduo, que seria do sexo feminino.
Também foi descoberto um osso do calcanhar esquerdo, segundo Dionisios Youlatos, da Universidade Aristóteles de Thessaloniki, Grécia, em outro artigo na revista. O fóssil pertenceria à mesma espécie de macaco, Mesopithecus pentelicus.
“O calcâneo revela que o macaco estava bem adaptado para se mover com agilidade tanto no solo, quanto nas árvores”, disse Jablonski. “Esta versatilidade, sem dúvidas, contribuiu para que a espécie se dispersasse entre a Europa e a Ásia”.

“Esses macacos são iguais aos encontrados na Grécia durante o mesmo período”, afirma Jablonski. “Sugerindo que eles se espalharam de algum lugar da Europa Central e fizeram isso com bastante rapidez. Isso é impressionante quando você pensa em quanto tempo leva para um animal andar por dezenas de milhares de quilômetros por florestas e bosques”.

Embora haja evidências de que a espécie começou na Europa Oriental, os pesquisadores dizem que os padrões exatos de movimentação ainda são desconhecidos, mas se sabe que a dispersão foi rápida, em termos evolutivos, durante o final do período do Mioceno.
O final do Mioceno foi um período de mudanças ambientais dramáticas”, disse Jablonski. “O que temos são os últimos macacos e um da nova ordem deles aparecendo. Este é um caso interessante na evolução dos primatas porque atesta o valor da versatilidade e adaptabilidade em ambientes diversos e mutáveis”.
Segundo os estudiosos, a espécie encontrada também seria capaz de comer uma grande variedade de plantas, frutas e flores, enquanto os macacos que conhecemos comem, principalmente, frutas. Além disso, eles podiam ingerir alimentos com baixo teor de celulose e, mesmo assim, obter energia — o que é semelhante ao feito por animais ruminantes, como vacas, veados e cabras.

Fonte: Revista Galileu

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